O Orçamento de Estado para este ano, como é do conhecimento público, andou, entre Lisboa e Bruxelas, autenticamente em bolandas. Foi lastimável ver a roda-viva, a azáfama, bem como o contorcionismo de Centeno e António Costa, de modo a agradar a gregos e a troianos, sabendo que os gregos eram o PCP e o BE e os troianos os técnicos da Comunidade Europeia.
Isto de não deter o controlo das variáveis – neste caso controlamos poucas ou nenhumas – atenta contra todos os racionais de prudência, planeamento e planos de contingência. Toda a gente teve e tem opinião sobre as consequências de ter acontecido x ou y e, por isso, não me vou deter na minha, pois não a tenho por fechada. Todavia, quer tenha sido x, y ou z, sei que estamos em maus lençóis. Somos o elo mais fraco, apesar de nos colocarmos internamente em bicos de pés e bradarmos contra as intransigências. Esquecem-se de quem deve tem …
Passámos de um país agrícola para um país de serviços, sem alguma vez termos sido um país industrial. A agravar a situação, temos sindicatos obsoletos e irrealistas, os quais não passam de meras correias de transmissão de estruturas partidárias e/ou vice-versa. Temos ainda universidades que “dão” falsos diplomas, suportamos falências fraudulentas de bancos e a nossa economia, como é óbvio, está frágil e, infelizmente, pelo andar da carruagem, não se esperam melhorias. Em suma, qualquer corrente de ar pode despoletar uma “pneumonia”.
Tudo isto vai parar o ciclo de empregabilidade, uma vez que o receio é paralisador. Não será ao mesmo tempo, mas pouco a pouco as empresas irão perceber que o perigo está iminente e que o resgate pode regressar. Terão a noção de que, como um “papão”, as tesourarias irão estrangular de novo e que mais um ou dois bancos vão fazer correr muita tinta.
Para já, os juros da dívida aumentaram para cima de 100% e os mercados fazem ressoar estrondosamente campainhas de alarme.