Ministros, secretários de estado, directores-gerais e outros quejandos tais, nos dias que correm, são “profissões” com prazo de validade. Tal como aconteceu no passado, vide I República, também os próximos ocupantes das actividades ministeriais e respectivos sucedâneos deixarão de o ser a breve prazo, para alegria de uns e tristeza de outros.
A permeabilidade entre governantes, tipo sais tu, entro eu e vice-versa, faz-me lembrar a evolução tecnológica. Esta, por ser tão rápida, faz que mal iniciamos a aprendizagem de uma logo aparece outra mais progredida, acabando nós por apreender muito pouco de cada. Ora, tal acontece também com os nossos governantes. Ainda não chegámos a conhecer verdadeiramente o elenco governativo, as mais-valias e/ou desconfortos de cada um, e pumba! Cai o governo e a esse sucede outro e mais outro, num círculo vicioso vertiginoso e contínuo.
O XX Governo Constitucional esteve em funções apenas 21 dias, i.e., o mais curto na história da nossa democracia. Entretanto, afirmam os comentadores, e eu alinho por esse diapasão, que o próximo, chefiado, através de um golpe de mestre, por António Costa, não durará mais que um ano, tempo insuficiente para, conforme dizia anteriormente, conhecermos a cara dos governantes quanto mais a sua performance.
A ânsia do poder, se pensarmos bem, justifica e bem este estado de coisas.