Cada vez mais começo frases e/ou diálogos com “não entendo…” Sinais dos tempos ou de velhice. Bem, venha o Diabo e escolha!
De uma coisa estou certo: ou os tempos mudaram muito e eu, que sempre pretendi acompanhar os respectivos sinais, não fiz os trabalhos de casa, ou, então, estou a entrar numa sintomatologia de esclerosamento, esperando, caso seja essa a verdade, apenas que seja passageira.
Bem sei que, na vida, nem tudo é branco ou preto. Todavia, quando se pergunta algo relativo a uma questão simples cuja resposta se espera ser “sim” ou “não”, raríssima é a pessoa que retorque deste modo, uma vez que, por hábito ou fuga em frente, inicia os seus esclarecimentos com circundantes e solilóquios.
No fundo, ouve-se pouco e fala-se demais. Bem, quando digo que se fala demais, estou a referir-me a determinadas circunstâncias: ao calculismo das respostas que originam as redondilhas e os entretantos, ao falar por falar, não dizendo nada, como forma de ganhar tempo, ao “chutar para canto” de modo a não se comprometer, entre outras causas. Isto porque, há determinadas circunstâncias e lugares, como é, por exemplo, na família, onde nitidamente se fala de menos.
Como bem sabemos, desde a velha Grécia, a retórica sempre foi uma arte. E pessoas existem que continuam a exercê-la magistralmente!