(Imagem retirada da Net)
Continuo a afirmar o que aqui, há dias, escrevi. Não é ilegítimo um governo liderado pelo PS, com o apoio, tácito ou às claras, do PCP e BE. E não o é uma vez que nada tem de ilegal: cumpre a Constituição e é aprovado pelo Parlamento.
Se, em termos legais, não é ilícito, quando analisado em termos morais e, sobretudo, éticos, o caso muda radicalmente de figura. É uma verdadeira tentativa de assalto ao poder.
Todos já compreendemos que António Costa efectua, neste momento, movido unicamente pela sua salvação política, uma autêntica fuga para a frente. Perdendo em toda a linha, há que se colocar à tona da água, mesmo que esta seja extremamente pantanosa.
Perguntarão se toda esta balbúrdia me surpreende. Respondo que não. Alguém que tirou o tapete a António José Seguro apenas porque este ganhou as últimas eleições europeias por poucochinho e agora que perdeu de forma estrondosa não tem coragem de se demitir, está tudo dito.
O que me admira é a postura de Pedro Passos Coelho. Não por reunir com António Costa, pois era sua obrigação, mas, sim, por prolongar uma efectiva palhaçada, algo que, há muito, toda a gente tinha apreendido.
E, como mais vale tarde que nunca, aplaudo a última posição da coligação, i.e., de não alimentar a telenovela de mau gosto que se estava a desenrolar. O PS que assuma, de uma vez para sempre, o que exactamente quer e, consequentemente, que assuma as responsabilidades.