Faz parte da natureza humana. A ambição de ser cada vez melhor, a par de escolher e juntar-se aos melhores, coloca muitos desafios a cada um de nós, tanto mais que, para atrair, conseguir capitalizar e reter os outros em nosso redor, dá muito trabalho.
Num contexto global, em que se conseguem, nem que seja virtualmente, amigos em qualquer rincão do universo, competitivo, com ênfase na mobilidade, e onde se valorizem condições morais dignas desse nome, só subsistem as pessoas que investem nos amigos, senão por uma vida inteira, pelo menos durante um grande espaço de tempo.
Neste sentido, e tendo em conta o panorama actual das relações humanas, o compromisso deve passar pelo investimento em práticas afectivas verdadeiras, incluindo o tal malfadado “frete”, independentemente dos constrangimentos pessoais. Já agora, vale a pena abordar a questão do “frete”, pois aquele(a) que diz não os fazer é porque não é amigo(a) e muito menos ama.
Na verdade, verifica-se um desinvestimento crescente nas pessoas e o crescimento de um atroz individualismo, o qual, infelizmente, se está a estender aos nossos descendentes. Depois somos os(as) primeiros(as) a “torcer a orelha, mas esta …” A conjugação entre benefícios promotores do equilíbrio entre a vida pessoa e profissional é, talvez, o grande pilar da redenção humana. Até mais que a atracção!
Se o(a) outro(a) não se sentir maximamente, seja lá o que isto significa, com a postura conjunta, perspectivas de integração e ascensão - hoje-em-dia não faz as coisas por menos - descarta-se e … “parte para outro(a)”. Apesar da atracção, algo fundamental, é certo, só se conseguirá realizar plenamente se for verdadeiramente competente se souber mover-se permanentemente no sentido de também servir o(a) outro(a). Evidentemente, sem servilismo e muito menos fazendo de capacho.