As eleições, felizmente, não são um jogo, mas se fossem era um fartote de riso, um regozijo constante para todos os contendores. É um sucesso completo! E os fãs, inteiramente convertidos, aplaudem e cantam hossanas. Em todos os jogos existem vencedores e perdedores. Neste não: ganham todos. Também não é para admirar, pois mesmo antes daquelas se realizarem já sabíamos que tal iria acontecer.
Ontem, a regra cumpriu-se. A coligação PSD/CDS cantou vitória, já que, apesar de terem perdido cerca de 700 mil eleitores, foi a mais votada; o PS, embora não tenha alcançado os seus objectivos, leia-se ser o partido mais votado, também se sentiu satisfeito por retirar a maioria absolução à PàF; o BE, para mim, de longe, o único vencedor da noite, estava, e com toda a razão, eufórico, já que passou a ser terceira força política no Parlamento e mais que duplicou o número de deputados; por último, o PCP também se alegrou, conquanto ter sido ultrapassado pelos bloquistas, segurou o seu eleitorado e, pasme-se, até conseguiu mais um deputado.
E agora? Costa viabiliza um governo minoritário do PSD/CDS ou nem sequer tem tempo para isso, uma vez que, alguns dos seus compagnons de route, são muito bem capazes de, dentro de dias, lhe tirarem o tapete debaixo dos pés. E, aqui para nós, se isso acontecer é bem feito. Quem com ferros mata, com ferros morre.