As ideias hedonistas, prevalecentes na segunda metade do século passado e ainda hoje, infelizmente, muito presentes, deram nisto: desvalorização da família em prol da sociedade, com a consequente exponenciação do individualismo.
Depois dos pais e outros familiares, repito, depois dos pais e outros familiares, a escola é o grande formador da personalidade e toda a comunidade escolar tem influência, mas não decisiva, na formação da personalidade e nas atitudes dos nossos jovens.
As matérias, o gosto pessoal e a capacidade de ajustar o conhecimento adquirido aos seus próprios talentos complementam a formação e são determinantes no sucesso profissional. Mas estudar é mais que isso. Sabemos que o ser humano é aquilo que a sua consciência lhe dita. Daí a necessidade de uma consciência bem formada, com valores definidos e uma noção clara de honra, sendo que estes atributos só se podem adquirir por meio do conhecimento.
Num mundo globalizado, em que a mobilidade profissional é constante, a importância de saber mais e mais é inquestionável. Diria, até, que é uma verdade LaPalassiana.
Observa-se, não raras vezes, uma mentalidade que talvez inconscientemente, se transmite aos jovens e que resultam na crença de que a escola é aborrecida. Esta ideia, que pode ter uma aparência naturalmente rebelde e pouco alicerçada, costuma ter um efeito bola de neve quando as matérias leccionadas se tronam mais complexas e, por isso, mais trabalhosas. E sem um objectivo a longo prazo, que faça vislumbrar uma perspectiva recompensadora, um jovem perde qualquer motivação para se esforçar e cumprir as suas obrigações.
Por isso, os jovens necessitam de compreender ou alguém que os faça compreender que é na escola quer estão as suas melhores oportunidades de futuro. E que é ali que desenvolvem as competências necessárias para enfrentar o mercado de trabalho. Ganharão, deste modo, motivação para se dedicarem aos estudos, adquirindo as ferramentas para construir uma vida mais agradável.