A maior parte dos portugueses não debate, não se consciencializa dos seus direitos e muito menos dos seus deveres, bem como foge da controvérsia tal como o Diabo foge da Cruz. E se isto se passa na sociedade em geral, na educação, em particular, embala-se pelo mesmo timbre.
Na base desta ausência de debate e definição de estratégias reivindicativas estão, segundo especialistas, factores como a hesitação da gestão em modificar o status quo presente das organizações e o receio dos profissionais em apresentar propostas que possam ser entendidas como críticas ou exigências.
Por exemplo, na semana passada ouvimos dissertar sobre uma série de promessas, as quais sabemos, de antemão, ser impossíveis de cumprir. A maioria dos presentes, não tenho a menor dúvida, pensou que estavam a assistir a uma espécie de mini-campanha eleitoral. Num aparte, podemos dizer que não são apenas as legislativas que impõem todas e mais algumas promessas.
Voltando à questão central, o certo é que apesar de não se terem registado aplausos e muito menos encómios, pois, em boa verdade, todos se calaram ou, quanto muito, falaram baixinho, qual anedota do crocodilo, para o colega do lado, ninguém pediu a palavra para contrariar aquele clima de pseudo euforia.