Desde que o Homem pré-histórico descobriu a capacidade de se expressar culturalmente através da fala, bem como de outras formas, tal como foram as pinturas nas paredes de cavernas, o ser humano nunca mais deixou de se fascinar consigo próprio.
Naturalmente, o grau de sofisticação dessa fascinação foi evoluindo desde esses tempos imemoriais, e, actualmente, as formulações que deveriam visar não só embelezar o dia-a-dia, mas também conferir propriedades de entendimento entre as pessoas, andam, por vezes, pelas ruas da amargura.
Para ilustrar o anteriormente dito veja-se a presente campanha eleitoral. É tal o despudor, a falta de ética, a inexistência de princípios balizadores e, sobretudo, moralizadores, que há uma parte substancial de portugueses que rejeitam qualquer abordagem, por mais breve que seja, sobre o nosso panorama político. Outro exemplo: em princípio, à medida que a campanha avançasse deveria, à luz do bom senso, diminuir o número de indecisos. Bem, o efeito é precisamente o contrário, uma vez que, segundo as sondagens mais recentes, os portugueses que não sabem onde votar ou se vão ou não, no próximo domingo, às assembleias de voto está exponencialmente a aumentar. É caso para pedir, principalmente ao PS, que parem imediatamente com o (pseudo) esclarecimento dos eleitores.