Nestes tempos de enorme incerteza e de uma volatilidade galopante falar de um tema, seja ele qual for, é ter a certeza do que disser hoje, amanhã é desmentido. Por isso, para quem gosta de escrever e tem, de certo modo, alguma obrigação para com os seus leitores, uma vez que para tal muito contribuiu, os dias que correm não são fáceis.
Entrar pelos terrenos da política, seja ela nacional ou internacional, é como avançar sobre areias movediças ou barro em tempo de chuva, i.e., o mais certo é enterrar-se e/ou estatelar-se ao comprido. Então, em tempos de corrida eleitoral o mais acertado é o recolhimento, tanto mais que aquilo que escrever, por mais inocente que seja o propósito, pode ser sempre olhado por, pelo menos, dois prismas: o do actual status quo ou o da oposição.
Bem, com isto não quero dizer o fim de quer que seja, muito menos deste blogue, mas simplesmente o de abrandar, de algum modo, o frenesim de crónicas quase diárias. A silly season também dá uma ajuda.
Por outro lado, há que ter respeito por quem diariamente contribui para as centenas de visitas deste local e, deste modo, dar-lhes algum descanso. Assim sendo, nada de se admirarem do espaçamento da publicação de artigos. Eu, tal como vós, também necessito de repouso, tanto mais que a tarefa de escrever algo quase todos os dias não é tarefa fácil e, ainda por cima, quando é realizada de forma gratuita. Que o digam os milhares e milhares de blogues que nos últimos anos têm encerrado. A título de exemplo, e não querendo, nem de longe, nem de perto, comparar-me ao “Educação do meu Umbigo”, do Paulo Guinote, o certo é que este “fechou portas” devido essencialmente ao cansaço e à inexistência de proficiência prática.