A comunicação social está cada vez mais sensacionalista. Para tanto, basta olhar para as capas dos jornais ou a abertura dos noticiários das televisões. Fruto dos tempos e, sobretudo, de um jornalismo pouco sério, feito a correr e por jovens mal pagos, ansiosos de protagonismo e sem tarimba. Não admira, por isso, que principalmente a imprensa escrita esteja cheia de erros e com uma nítida falta de ideias próprias.
Então em relação à Educação é de elevar as mãos para o Céu e pedir que o Pai lhes perdoe, pois não sabem do que escrevem. Hoje li o que estava escrito em enormes parangonas a propósito do concurso de professores: “docentes com 69 anos e outros a trabalhar há 37 tentam quadro”.
Na verdade, tal título não está incorrecto. Exagera apenas no número, uma vez que se trato de um único caso. Todavia, esquecem-se, mesmo no corpo da notícia, de ir ao porquê e, particularmente, aos “finalmente”, como dizem informalmente os nossos irmãos brasileiros. Não referem, por exemplo, se o docente esteve ou não até ao momento no ensino particular e somente agora fez tenção de entrar nos quadros do Estado! Não aludem ao facto de quando começou a leccionar. Quem nos diz que não pode ter sido já em idade avançada?
E o outro caso? Ter 37 anos de serviço, tantos como este vosso escriba, quer dizer algo substancial? Se eu e muitos dos colegas que conheço tivéssemos optado por estar sempre ao pé de casa, i.e., não termos percorrido, em tempos o país de lés a lés, também eramos muito capazes de ainda não termos entrado nos quadros!
É claro que os sindicatos, irresponsavelmente, cavalgam esta onda e toca de dizer do MEC – não estou a defender Nuno Crato, tanto mais que não me paga para isso – o que os maometanos não dizem do toucinho.