Neste último sábado, dia 25 de Abril, pouquíssimos portugueses - os que ainda têm pachorra para isso - escutaram os mais diversos discursos comemorativos daquela memorável data. E, como sempre, houve-os para todos os gostos e feitios. Na sua larga maioria não passaram de mera retórica, com muita demagogia à mistura, do género “faz como digo, não como faço.”
O povo, na sua vastíssima maioria, apenas lamentou que o mesmo tivesse, por efeitos de calendário, calhado ao sábado, já por si dia de descanso. Assim, fez aquilo que geralmente faz neste dia. Aproveitou para descansar, fazer as compras da semana no hipermercado, dar umas voltas com a família, efectuar umas arrumações em casa e na agricultura trabalhou-se como noutro dia qualquer, marimbando-se para o que os políticos disseram e/ou fizeram.
É o estado a que a nossa democracia chegou! Não que as pessoas não estejam gratas ao que o 25 de Abril trouxe, bem pelo contrário. Fundamentalmente agradecem a liberdade, a descolonização e o deixarmos de estar ”orgulhosamente sós”. Quanto ao resto, i.e., ao incremento do nível de vida, apesar das estatísticas - eu, pessoalmente, acredito que sim – dizerem que aumentou substancialmente, o certo é que o povo descrê e, ainda por cima, admite somente que o nível de corrupção entre a classe política que nos governa aumentou exponencialmente.
A culpa deste estado de coisas: essencialmente dos políticos, os quais, independentemente do seu quadrante, governam-se e não governam. Tirando raras e honrosas excepções, o que, como todos sabemos, confirma a regra.