Na semana passada morreu, sem sombra de dúvida, o maior cineasta português de todos os tempos, Manoel de Oliveira. Uma vez estar a decorrer a Semana Santa, propositadamente, não comentei tal facto.
Ainda que com algum atraso, é certo, fá-lo-ei agora, não para tecer hossanas e louvores deslavados, como determinadas figuras de (pseudo)esquerda e os intelectuais de algibeira o fazem hoje, quando ainda há pouco o ostracizavam e até criticavam.
Estou perfeitamente à vontade nesta matéria uma vez não ter sido grande fã da sua filmografia. Contudo, uma coisa é não adorar a sua inquestionável grande obra, o que assenta em motivos estéticos, os quais, como bem sabemos são sempre subjectivos; outra é, bem diferente, é olvidar a sua grandeza por motivos ideológicos.
Sim, porque quando a esquerda, principalmente a caviar, soube que Manoel de Oliveira encabeçava uma lista de homens e mulheres da cultura portuguesa aquando da recepção ao então Papa Bento XVI, de visita a Portugal, foi um “ai Jesus que me caem os parentes na lama”. O que disseram dessas pessoas os maometanos não falam sobre o presunto.
Um homem da cultura e com ao calibre deste cineasta afirmar-se como cristão e, sobretudo, como católico, foi pior que cuspir no prato da sopa. Daí o esquecimento que a imprensa bem-pensante votou Manoel de Oliveira.
Agora, porém, tecem loas a torto e a direito. Cambada de hipócritas.