Todos os anos se repete, mas todos os anos é diferente. Porque o Compasso é constituído por outras pessoas, ou porque os convidados são descoincidentes ou porque o menu é distinto, ou, ainda, por qualquer outra razão. Há sempre uma esperança renovada e um interesse acrescido em comemorar o dia de hoje e, por isso, motivo mais que suficiente para não me ausentar de casa.
Pois assim foi. Mais uma vez, como é costume ancestral, o Senhor Ressuscitado visitou a minha casa e quem nela estava, e não eram assim tão poucos, beijando-se a Sua Santa Cruz, i.e., cumprindo-se mais que um rito, proclamou-se uma fé inabalável.
Para o próximo ano, se Deus quiser, será mais uma. A Laura será, pela primeira vez, aspergida com água benta.
Ah, já agora, cabe bem dizer que a chanfana estava divinal e o leitão, então, foi de se lhe tirar o chapéu.
E, para concluir, “amanhã é dia de pica-boi”. Feliz ou infelizmente, conforme os pontos de vista!