Sim, eu sei, que nem todos os dias sou original, i.e., por vezes me repito, tanto nas palavras, assim como nas ideias.
Sim, eu sei, que não posso sequer almejar chegar aos calcanhares dos grandes escritores que todos leem, dos poetas com nome gravado na pedra e/ou pensadores que a maioria cita.
Sim, eu sei, que não será por aquilo que escrevo que, fundamentalmente, um dia me recordarão.
Fruto muito mais de teimosia do que valor, sou o que sou, homem, infelizmente, com mais defeitos que virtudes. O barro de que sou moldado, o cadinho que me fez enquanto liga, ainda por cima, foram e, desfortunadamente, continuam a ser imperfeitos.
Uma coisa é certa: a absoluta genuinidade é algo intrínseco e, sobretudo, sentimental. Amando, desamando – nunca odiando, porém -, dando-me incondicionalmente ou, em alternativa, recusando liminarmente o rastejar, amigo discricionário, sem datas e muito menos assente em números, mas sim por nobres atitudes e valores, eis este vosso pobre escriva – a sério, não o entendam como excesso de humildade – nu e cru.
É com esta sinceridade, ou melhor, com esta assertividade que festejo as alegrias. É através desta forma de viver que tento esquecer tristezas e afogar as mágoas da derrota que o dia-a-dia me impõe.
E é, assim, que consigo falar de sentimentos e de emoções que, em turbilhão, se encadeiam.