O meu ponto de vista

Fevereiro 26 2015

O outro dia ouvi algo sobre as oportunidades que a vida nos oferece, as quais, na maior parte das vezes, não nos apercebemos da sua existência ou, pura e simplesmente, as desperdiçamos. E o exemplo era pragmático: “enquanto uns choram, outros têm de produzir lenços”.

Em boa verdade, um dos nossos maiores problemas é o facto de não existir uma cultura efectiva de desenvolvimento, aproveitamento e de validação da formação técnica e tecnológica. As medidas, neste âmbito, têm servido, fundamentalmente, como paliativo e jamais como tratamento eficaz.

Sei, por dever de ofício, do que falo. Por muito que se procure adequar a formação às competências das pessoas e às necessidades do mercado, se os usuários se recusam sistematicamente a aproveitar as oportunidades que lhes são literalmente “servidas em louça fina”, então não existe solução que lhes valha.

Não nego que muitos dos programas de formação resultam em medidas generalistas, gerando algum descrédito na sociedade. No entanto, se os próprios interessados nada, mas mesmo nada, fazem para inverter aquela impressão, nesse caso é que tudo está perdido. E tanto dinheiro gasto sem a menor utilidade!

Salvam-nos aqueles, os quais, felizmente, ainda são a maioria, embora escassa, pretendem ser formados e possuírem maiores habilitações e novas experiências.

É que, na prática, a utilidade depende da forma como depois é potenciada pelo beneficiário e encarada pela sociedade.

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:22

Fevereiro 24 2015

Não é nova e, com toda a franqueza, já achava estranho não a ver colocada na ordem do dia. Refiro-me, como é óbvio, à questão da retenção/não aprovação dos alunos nos ensinos básico e secundário.

É sabido – e daí, que me recorde, a única, mas profunda, divergência – que David Justino, um dos melhores ex-ministros da Educação, é apologista da transição, senão de todos, pelo menos da larguíssima maioria dos estudantes daqueles níveis de escolaridade.

Esta ideia, agora secundada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), não fosse aquele seu presidente, assenta em três factores: ficam muito caros ao país – 4 000 euros ano vezes 150 mil alunos, dá a “módica” quantia de 600 milhões -, é desmotivadora para os jovens e, sobretudo, é um dos motivos que contribuem fortemente para a indisciplina que, infelizmente, grassa nas nossas escolas.

Como é evidente, aqueles que sempre se opuseram e se hão-de opor aos exames, de imediato, saltam para este “comboio”, e apelam ao fim destes, uma vez que, segundo dizem, são os que mais contribuem para tal facto. A verificação do que sabem ou não sabem que vá para as "urtigas"!

Preconiza David Justino, e o CNE, que em vez dos chumbos deveriam haver mais apoios para a recuperação dos alunos com dificuldades. E, sendo certo, que com estes reforços de aprendizagem se gastaria, no imediato, mais dinheiro, a médio e a longo prazo o país ficaria a ganhar.

Não discordando totalmente da argumentação, sei, por experiência própria, que se dissermos aos alunos que não existem reprovações, muitos existem que nem cadernos teriam, quanto mais livros! Esquece aquele político que, quer queiramos quer não, jovens existem que apenas estudam porque são obrigados, pois caso contrário reprovam. Mais: há alunos que por muitos e excelentes apoios que possam ter não ultrapassam as suas dificuldades, porque obstinadamente não querem. E, com toda a sinceridade, não se pode abrir, por muito que, por vezes, apeteça, a cabeça e enfiar os conteúdos disciplinares.

Por outro lado, que motivação teria uma boa parte dos alunos para estudar – bem, há sempre aqueles que, por gosto, o fazem – se ao lado existir um cábula e passar de ano? E se todos os alunos souberem, à priori, que transitam, a rebeldia e a desordem na sala de aula não aumentará, uma vez que nem por faltas disciplinares se conseguiria corrigir a sua postura?

Engraçado ou nem por isso, é o facto de ninguém falar que a larga maioria da retenções se deve à pouca, para não dizer nenhuma, atenção que os encarregados de educação dão, neste campo, aos seus educandos.

Concluindo, pode-se dizer que o ensino português continua a ser dirimido na praça pública por actores que nunca souberam o que é uma sala de aula ou dela há muito estão arredados.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:41

Fevereiro 20 2015

Sempre assim foi e há-de continuar a ser. Refiro-me, concretamente, à expressão “uma imagem vale mais que mil palavras”. Na era da imagem e do vídeo – “qualquer sapateiro, hoje em dia, sabe e pode tocar rabecão” –, estas formas de comunicação, para algumas áreas profissionais, podem ser uma forma original e inovadora de, recorrendo às possibilidades que as novas tecnologias oferecem, apresentar o que há de melhor em nós, tal como seja a formação, a experiência, a proactividade, aliado à autoconfiança e à segurança.

Brevemente, assim espero, será chegada a altura de alguns de nós colocarmos à prova os nossos talentos e estes, sem dúvida, podem e devem ser demonstrados de mil e uma maneiras.

A ideia de que alguém, quem quer que seja, apresente as suas mais-valias através de uma narrativa, ou seja, listar simplesmente as metas atingidas, em vez de explicar como conseguiu alcançá-las e o impacto que isso teve no seu percurso e, fundamentalmente, como se repercutiu nos outros, é algo inaceitável.

A nossa personalidade, bem como a inerente maneira de ser e estar, não pode ser descurada sob pena de estar a perder importantes oportunidades. No entanto, é crucial não esquecer também que aquilo que se diz e faz através dos novos – bem, em abono da verdade, não são assim tão novos quanto isso – meios de comunicação, os quais têm, cada vez mais, uma importância capital.

Enviar uma circular ou um mail a dizer faça-se isto e aquilo é fácil e, presentemente, face ao estado letárgico a que a crise levou as pessoas, estas, não tenho a menor dúvida, obedecem. Todavia, uma coisa é acatar outra é fazer na verdadeira acepção da palavra.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:41

Fevereiro 19 2015

Todos tentamos encontrar o nosso lugar. Bem, todos também não é bem assim, uma vez que alguns são como a folha do almo: viram-se conforme sopra o vento. No entanto, encontrar o seu verdadeiro lugar é, literalmente, como encontrar agulha em palheiro.

Ironicamente, apesar de todos os avanços científicos e tecnológicos, a tarefa para encontrar o melhor lugar – não confundir com cargos ou renumerações – está cada vez mais dificultada. Mesmo aqueles com QI elevados e currículos relevantes, a vida, neste âmbito, não está fácil, e, isto, porque se perscruta até aos mais ínfimos detalhes.

As competências são importantes e são elas, aliadas a um percurso rico em experiências, que lhe podem abrir a porta à possibilidade de se dar a conhecer naquele momento dito crucial. Mas bem sabemos que para se chegar a esta fase, é necessário um pouco mais – chamem-lhe sorte, apesar de se dizer que esta dá muito trabalho – do que um percurso profissional proeminente, boas competências ou uma orientação global da carreira para alcançar o seu lugar.

Tal desiderato só é possível de conseguir se causar uma primeira impressão impactante e depois continuar com a fasquia lá bem no alto. Segundo os especialistas, é aqui que “tropeçam” muitos de nós, apesar do elevado nível de experiência e maturidade profissional demonstrado. Mais: estes, na maior parte das vezes, tão cientes da sua eminente sapiência, não compreendem em que partes do processo falharam.

Então, porquê? A resposta está no negligenciar de determinados detalhes, por vezes não tão pequenos quanto se julga, a que os outros atribuem extrema importância. Ora, como resolver um problema se nem sabemos exactamente qual a sua origem? É verdade que ninguém dirá que é por causa do modo de vestir que não ocupamos o nosso lugar. Já quanto ao falar e agir, a cantiga é outra! Não há dúvida que as questões comportamentais tendem a tornar-se mais evidentes sempre que aspiramos a algo.

Repito: aspectos existem que ninguém nos dirá, como seja, por exemplo, o nosso modo de apresentação, i.e., se parecemos desleixados ou pouco cuidados. Agora, quanto ao contacto visual, à segurança e à confiança patenteada, bem como à linguagem mais ou menos (in)formal usada são casos muito sérios e a ponderar.

publicado por Hernani de J. Pereira às 16:36

Fevereiro 12 2015

A educação, como se costuma dizer, é um mundo composto por imensos microcosmos e onde tudo ou quase tudo tem lugar, apesar de bem sabermos que não deve ser assim. Não advogo e muito menos pretendo um ensino monolítico, unidirecional, mas não acho que a máxima dispersão seja o melhor. Como em tudo na vida, há que impor regras e estabelecer limites.

Uma filosofia interdisciplinar, a qual deve ter a pretensão de não só atender aos pormenores técnicos-didácticos, mas, sobretudo, ensinar a reflectir criticamente acerca das implicações das opções vivenciais, focando os temas fundamentais que sempre nortearam o ensino, deverá, no meu modesto entendimento, ser o rumo certo. Um caminho para a responsabilidade, contribuindo, deste modo, para a melhoria das competências tanto a nível local como regional.

Ora, isto só é possível abrindo a escola, cada vez mais, à sociedade em geral e, em particular, à comunidade que serve, que é como quem diz, numa colaboração – não confundir com sujeição - estreita com os órgãos locais, com os pais e forças vivas. Não entender isto, nos dias de hoje, é estar a mais numa profissão tão digna como é a docente.

Contudo, professores existem, principalmente os mais acérrimos defensores da escola pública, algo incompreensível e contraditório – ou talvez não -, que são os primeiros a queixarem-se da fraca, para não dizer nula, colaboração dos pais, mas quando confrontados com o facto de serem os primeiros a dar o exemplo, recuam a todo o vapor.

De entre muitos outros dou apenas um exemplo. É manifesto o seu receio em fornecer aos pais o sumário do que diariamente fazem nas suas aulas, esquecendo-se que já hoje, caso queiram, ao abrigo da lei que prevê a consulta de documentos oficiais, estes podem aceder a tal. Mais: como se pode dizer que se deve colocar, à disposição daqueles, o mínimo de documentos, recusando, por exemplo, anexar ao sumário o enunciado do teste que se deu? Olvidam-se que, no prazo máximo de oito dias, os pais os terão em seu poder e devidamente classificados? Qual o pai - e a maioria dos docentes também o é – que gostaria de que não lhe dissessem o que se passou na aula do seu filho ou não lhe dessem conhecimento de um documento aí visto? É lógico que desconfiava e muito se lhe negassem o acesso a tal! Já agora, admitiam que um filho menor, quando numa consulta, o médico lhe escondesse os sintomas e só o transmitisse ao seu educando?

Vamos, de uma vez para sempre, ser sérios. Se queremos que os pais, bem como a sociedade, tenham confiança em nós, temos também de confiar neles.

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:34

Fevereiro 10 2015

Isto de pagar impostos, para alguns, é uma maçada. E, quanto mais dinheiro ou bens possuem, mais tendências têm para a fuga aos deveres fiscais. É, assim, em todo o mundo e, como é óbvio, Portugal não foge à regra. Bem pelo contrário!

Não existe quem não saiba que se todos pagassem o que efectivamente devem ao fisco, cada um daqueles que não tem quaisquer possibilidades de fuga pagaria muito menos. Por isso, como cumpridor integral do meu dever tributário, sinto-me com o direito de me indignar com todos aqueles que colocam as fortunas em paraísos fiscais ou não as declaram às Finanças, uma vez que por essa via me estão a meter a mão no bolso.

Vêm estas palavras a propósito da notícia que surgiu nos media e que tem a ver com o dossiê que denuncia fraude na filial suíça do banco HSBC e que fala em mais de 200 clientes com passaporte português. O nome do que tem mais dinheiro foi omitido por estar sob investigação

O português com mais dinheiro - cerca de 143 milhões de euros, i.e., uma ninharia (!!!) - associado ao escândalo SwissLeaks estará a ser investigado pelas autoridades francesas, revelou um dos jornalistas ligados ao consórcio internacional (CIJI) que investiga a fraude fiscal na filial suíça do banco HSBC. Razão pela qual o seu nome aparece rasurado nos ficheiros inicialmente disponibilizados ao Le Monde.

O banco, em Genebra, terá ajudado os clientes a ocultar milhares de milhões de euros em offshores, substituindo o nome do titular da conta pelo de uma empresa sediada num paraíso fiscal, escondendo-lhes a identidade e permitindo-lhes assim não pagar os impostos devidos.

Na lista do SwissLeaks há 611 pessoas com ligações a Portugal e conta no HSBC, entre os quais 220 têm nacionalidade portuguesa. O que não significa que todos tenham fugido ao fisco, pois pode haver contas legítimas.

Resumindo, não se pode confiar nas pessoas e muito menos nos bancos.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:38

Fevereiro 09 2015

Cada cabeça sua sentença, diz a sabedoria popular. Contudo, há limites para tudo e o sentido de responsabilidade deve imperar sempre. Abandonar os outros à sua sorte, não fazendo uso dos poderes que o cargo lhe confere, é indigno, por muito que haja ou tenha havido erros em todo o processo.

O exercício de uma acção é sempre um risco e fazê-lo com assertividade nem sempre é possível. Mas a não actuação, a omissão, o cruzar de braços é um sinal inequívoco definidor do carácter de uma pessoa. De longe é preferível agir, mesmo que posteriormente se demonstre que o modo foi errado, do que fingir ou olhar para o lado.

Os nossos ditames não podem ser guiados exclusivamente pelos riscos. Fazer algo quando se vê ou sabe que daí advirão apenas vantagens é pura hipocrisia.

Meter as “mãos na massa”, enfrentar o “toiro pelos cornos”, pelo que se vê, não é para todos. É para quem, como diz o nosso povo, os “tem no sítio”.

A realidade de hoje é muito diferente da que era há dez, quinze ou vinte anos. E, por isso, as estratégias para enfrentar os problemas têm forçosamente de ser diferentes. Não compreender isto é não saber ocupar o lugar. A reorganização da sociedade e as suas implicações em todas as instituições exige profissionais que proporcionem segurança e, sobretudo, uma rectaguarda de confiança.

publicado por Hernani de J. Pereira às 19:47

Fevereiro 05 2015

É costume dizer-se que todos necessitamos uns dos outros. Uns mais que outros, dependendo da idade, da saúde, das condições sócio-económicas, mas, manda a verdade dizer, todos necessitamos.

Acompanhar um familiar, uma pessoa amiga ou mais que amiga, é, para além de um dever, algo que, por princípio, deve ser gratificante. E, falando pessoalmente, sou daqueles que, diariamente, ergue as mãos aos Céus para agradecer tal dádiva.

Por vezes, porém, tal torna-se muito desgastante e não tenho a menor dúvida que todos já experimentámos, infelizmente, tal sensação. As pessoas cheias de boa vontade e energia a transbordar encarregam-se de tornar o ambiente o melhor possível, mas tal não chega.

E não chega, porque existem limites naturais para o ser humano, os quais contribuem para que, algumas vezes, se sintam cansados, desgastados ou mesmo deprimidos.

Não faz sentido num dia beijar e no dia seguinte votar o(a) outro(a) ao ostracismo. Por isso, é fundamental que o “cuidador” se preserve, pois também necessita de ser cuidado. Por muito que diga que gosta do que faz, o certo é que necessita de reciprocidade e quando esta não existe …

Uma última nota vai para o elogio. Mostrar que valoriza e agradece a bondade, a alegria ou a competência de quem passa umas horas ou dias connosco é a melhor maneira de resolver conflitos e prevenir outros episódios que precisem de intervenção.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:11

Fevereiro 03 2015

Quem tem acompanhado as primeiras medidas do novo governo grego, comando por esse timoneiro e, no dizer da nossa extrema-esquerda, novo pai dos pobres, Alexis Tsipras, pensará que foram descobertas minas de ouro ou apareceu petróleo no mar da Grécia.

Aumento do salário mínimo em mais de 200 euros, luz e saúde grátis para todos os desempregados, subsídio social para os mais carenciados, os quais não são assim tão poucos como isso, reintegração na função pública de milhares de pessoas, independentemente da sua necessidade, fim das privatizações, são algumas das medidas já tomadas. Ora, como se sabe, estas e outras medidas de igual teor custam dinheiro, algo que aquele país não tem. Por alguma coisa apresenta uma dívida descomunal, apesar de já ter sido contemplado com dois perdões.

Altos ordenados e emprego total é a pedra filosofal, o Santo Graal, de qualquer governo. Todavia, em democracia, tal como o ocidente a preconiza, e, sobretudo, nos dias de hoje, é uma quimera, isto porque as máquinas cada vez mais substituem o homem. Veja-se que mesmo em ditadura, como é o exemplo de Cuba, o desemprego é uma realidade.

De qualquer modo, estamos todos ansiosos para ver como terminará tal caminho. Uns na esperança que o novo governo grego “dê com os burros na água”, outros, porém, torcendo para que a sua política obtenha êxito. A ver vamos!

Uma questão é certa: as declarações dos governantes gregos têm vindo, como já se esperava, a suavizarem-se. Por exemplo, já não falam de perdão de dívida, mas de pagar em função do crescimento do PIB. Faz lembrar a entrada de leão de José Sócrates, quando assumiu a governação do nosso país em 2005: prometeu atacar todas as corporações – farmácias, obras públicas, etc. – e outros interesses instalados, como os juízes, que viviam à sombra do Estado e dele retiravam grandes regalias. Bem, foi o que se viu: enorme saída de sendeiro!

As circunstâncias actuais não contribuem para que haja um debate sereno e, por isso, os objectivos são vistos através de lentes embaciadas. Tanto para uns, como para outros. Num país pobre, onde existem enormes desigualdades, onde a evasão fiscal atinge 70% dos gregos – e não os 100% porque os restantes são desempregados - arriscam-se, citando Mia Couto, a continuar a produzir ricos em vez de criar riqueza. É que os ricos acabarão sempre por sair por cima! Ou para o estrangeiro!

publicado por Hernani de J. Pereira às 19:43

Fevereiro 02 2015

Já muito foi dito e escrito sobre a celebérrima PAAC e, por conseguinte, pouco ou nada acrescentarei ao debate. Porém, quero deixar claro a minha posição.

Sempre fui e, enquanto não me demonstrarem o contrário, serei a favor de uma prova de entrada na profissão docente. Aliás, esta existe também para os médicos, advogados, economistas, engenheiros e outras profissões, sem que haja qualquer movimento ou opinião contrária.

Que a aludida prova pode ser elaborada de muitos modos não tenho a menor dúvida. Mas, independentemente da sua forma, a sua existência, para mim, não oferece dúvidas. Com isto não quero dizer que concorde com tudo o que nela(s) consta(m). Este ano, por exemplo, pelo menos uma das questões não lembra ao Diabo, pois a sua formulação é de tal modo dúbia que deixa baralhado o mais catedrático dos professores.

No entanto, só pelo facto de se ficar a saber o número de erros cometidos pelos candidatos – poucos houve que não tiveram um único – já é salutar. Como todos bem compreendemos, excepto os sindicalistas, preconizadores de quanto pior melhor, não é admissível que um docente dê um tão grande número de erros num simples texto. Atenção que não estou a falar da questão de vírgulas e/ou de pontuação, mas de erros em que se usa indevidamente o “a´”, o “há” e o “à”, bem como o “ç” e o “ss”, entre outros.

Bem sei que há quem diga que um docente de Educação Tecnológica, de Matemática ou de outras disciplinas ditas exactas, pode ser, em termos pedagógicos e científicos, um excelente professor destas e, simultaneamente, continuar a dar pontapés na gramática. O poder pode, mas é diferente, como se costuma dizer. Tenho a certeza que nunca será um professor na verdadeira acepção da palavra.

Ainda a propósito da PACC, Mário Nogueira afirmou que esta é tão inútil para a educação como Nuno Crato o é. Já agora, podíamos extrapolar e dizer que este sindicalista enferma dos mesmos males, i.e., que Mário Nogueira é tão útil ao sindicalismo como o é à educação. No entanto, não entramos no mesmo jogo, ou seja, na argumentação do vazio de ideias.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:07

Análise do quotidiano com a máxima verticalidade e independência possível.
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