Antes de mais, para os menos experimentados nesta questão de gestão de serviços públicos, esclareço que a designada tolerância de ponto na administração pública não quer dizer, de modo algum, que os serviços, a que os funcionários pertencem, encerrem nos dias que tal lhes seja concedido. O que quer dizer, sim, é que os serviços trabalharão a “meio-gás”, já que uns estarão ao serviço enquanto outros estarão de folga. Depois, noutro dia, inverter-se-á a situação. Por exemplo, e até aqui, enquanto uns descansavam no dia 24, os restantes estavam ao serviço. No dia 26 a posição trocava.
Vamos, porém, ao cerne da questão, i.e., o que me levou a escrever estas linhas. Na época natalícia é habitual, o governo em exercício, dar um dia de tolerância de ponto aos funcionários públicos. Ora, este ano, em que a grande maioria das condições de austeridade se mantém, incluindo o corte de salários, subsídios e suplementos remuneratórios, assim como o congelamento de progressão de carreira, é muito estranho a “dádiva” de dois dias.
Como tal medida extravasa a minha compreensão, apenas posso sugerir que a mesma é fruto antecipado de um ano eleitoralista. Assim, não vale!
Adianto, desde já, que se tentarem levar o povo como um bando de totós o resultado será mesmo “ que se lixem as eleições”!
Já agora, vale a pena perguntar: quanto vale o dia de trabalho de um funcionário público? Como é fácil de calcular, dou a resposta como sabida, uma vez que o importante é saber o que cada um daqueles prefere: um dia de descanso ou o seu montante em cachet? Aqui, não tenho a menor dúvida que preferem este último.