Logo de manhã ei-la ao portão do seu habitat para me saudar. Aguarda-me quando regresso dos meus afazeres quotidianos e não são raras as vezes que me acompanha ao longo de todo o dia. Então, se ouve o tractor a trabalhar é um imenso e constante latir de contentamento, pois sabe que vai sair de casa e correr livremente pelos campos.
Gosta de andar, correr, pular e brincar comigo e com aqueles com que simpatiza, uma vez que pessoas existem com quem não vai “à bola” e aí a simpatia transforma-se num ladrar mais ou menos furioso. Aliás, costumo dizer, por graça, que é através dela que escolho as pessoas com quem privo mais amiúde.
Sempre pronta ao meu chamamento, mima-me e deixa-se mimar, e a verdade é que ela não passa sem mim e eu não passo sem ela.
Sim, eu sei que o texto está um tanto ou quanto lamechas, mas há um motivo para isso. A Black, a minha cadela, pois é dela que falo, resolveu não vir dormir hoje a casa. Deve estar naqueles dias em que a presença de um cão é muito mais importante que a comida. Por isso, hoje não conto e das duas, uma: estou muito enganado ou daqui a três meses haverá mais uma ninhada de cachorrinhos.
Existe, porém, algo que lamento ainda mais: ao contrário do dono, não tem jeito para escolher as companhias. Vai com o primeiro vira-lata ou rafeiro que lhe aparece à frente.