Amanhã inicio um novo ano lectivo e hoje termino a série de artigos que tenho vindo a dedicar ao Ensino. Concluído que está o período de férias é o momento ideal para efectuar o que resta do balanço a que me propus. Não é que não houvesse muito mais para analisar, tão inúmeras são os assuntos que dão corpo a este sector, mas outros temas da nossa actualidade merecem igualmente a atenção deste vosso escriba.
Encerro falando da avaliação do desempenho docente (ADD). Esta, transformada em pouco mais que nada, resume-se, na maior parte das vezes, a um relatório não muito dissemelhante daquele que se entregava no anterior sistema de avaliação. Com uma diferença: naquela época o documento era entregue aquando da mudança de escalão; agora é anual.
Outro aspecto a frisar tem a ver com as quotas para o excelente e muito bom, classificações que, segundo me transmitiram, são destinadas aos docentes que são obrigados a ser avaliados através de aulas assistidas. Verdade ou mentira, não sei, pois tal como muitos outros assuntos da vida das escolas, também este não prima pela transparência. Em tempos idos todos os professores eram classificados como “satisfaz”. Hoje em dia, para a esmagadora maioria dos docentes, a classificação é “bom”. Desafio que me digam onde está um docente que teve a classificação “insuficiente” ou mesmo “regular”.
Por último, reafirmo a minha estranheza ao ver a composição de algumas comissões de avaliação de desempenho, uma vez que muitos dos seus membros, senão a totalidade, em tempos que já lá vão, lutaram encarniçadamente contra a ADD e, sobretudo, contra a existência de quotas. Agora, porém, sem apresentarem qualquer rubor nas faces, aplicam-nas e ai daqueles que discordem.