Já lá diz o nosso povo “o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita”. É o que acontece com a aludida Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades (PACC) dos candidatos a professores, a qual tanta celeuma tem dado nos últimos meses, mas sobretudo nos últimos dias, com o culminar de mais uma série de incidentes no dia de hoje.
Exame instituído pela ex-ministra de Sócrates, Maria de Lurdes Rodrigues, e por isso constante do Estatuto da Carreira Docente, só agora se concretizou mercê de dois factores: vontade expressa de Nuno Crato e inoperância dos socialistas. Estes, porém, para além de a terem introduzido como forma legal de acesso à carreira, vêm agora, de forma despudorada, afirmar que são contra, mas sem terem coragem de adiantar que tal deve ser expurgada da lei.
Voltando ao dia de hoje há a realçar os seguintes aspectos:
- O MEC ao anunciar a data da prova para esta altura e, principalmente, com cinco dias de antecedência – três dias úteis -, apesar de cumprir escrupulosamente a lei, revelou má-fé e algum receio no confronto com os opositores – não confundir com a maioria dos docentes do quadro.
- Pelo seu lado a Fenprof, depois de ver os tribunais retirarem-lhe a razão e permitindo a realização daquela, continuou a sua contestação – também não é novidade – a tudo e a todos os que não comungam com as suas ideias estalinistas da educação. Imaginam o que diriam do MEC se este contestasse na rua e prosseguisse com as suas propostas depois de qualquer tribunal o impedir de tal?
- As acções – infelizmente poucas – de alguns pseudo-professores ao tentarem impedir que outros, livremente, pudessem realizar o mencionado exame, invadindo escolas, fazendo barulho, agredindo funcionários, com a conivência vergonhosa da PSP, só mostra à saciedade que aqueles jamais possuem capacidade e, acima de tudo, sentido de urbanidade para serem professores. Esqueceram-se facilmente daquela máxima que diz: “a minha liberdade termina quando começa a do outro”.
- Como se viu pelas imensas reportagens que as diversas televisões transmitiram, de entre os contestatários, muitos havia que não eram professores. Aliás, sem um pingo de vergonha na cara, declararam, em frente das câmaras, que estavam ali por solidariedade, uma vez que este governo estava a dar cabo do estado social, tanto a nível da educação, saúde, justiça, blá, blá, blá. A cassete de sempre!
Resumindo, tal como aconteceu noutras ocasiões – lembram-se da pouca vergonha que foram as peripécias encetadas no dia 10 de Junho? -, também hoje a larga maioria dos professores, de modo algum, se revê nestas formas de luta.