O guia esclareceu-nos, ainda que de forma breve, o objectivo da viagem. Antes, porém, ainda deambulámos pelas estreitas ruas da única cidade da ilha. Contudo, à medida que avançámos o casario vai-se tornando escasso.
O trilho vai acentuando a dificuldade da caminhada, mercê de elevações e vales que se sucedem a um ritmo que julgávamos não existir. Por vezes o verde intenso é rasgado pelo negro do basalto.
Contornamos a ilha da direita para a esquerda, isto é, em sentido contrário ao do outro grupo. Algures haveríamos de nos cruzar. Logo a seguir atravessamos uma ribeira cavada no negro e pontiagudo basalto. A água, não sendo muito abundante, corre por entre as rochas e a vegetação frondosa, o que nos fez, de certo modo, lembrar um recanto qualquer de Gerez.
Lá longe descobrimos um outro grupo de exploradores-caminhantes. Reduzidos a pontos minúsculos, por via da distância que nos separa, observamos que vão equipados tal como nós. As fotos continuam a um ritmo muito intenso, o que obriga amiúde à troca dos respectivos rolos.
Avançamos a uma boa velocidade por entre e por baixo de uma manto vegetal verde. O Sol, parecendo querer brincar connosco, aparece e desaparece por entre as ramagens das árvores centenárias. Viramos à esquerda e tornamos à direita. O guia dirige-nos por uma estreita estrada de saibro escuro e diz-nos orgulhoso que, dentro de momentos, iremos desfrutar da mais espectacular paisagem do mundo. Com toda a certeza que exagera, mas a ver vamos.
O silêncio é total.
(Continua)