Sem prejuízo de uma análise posterior mais ponderada e assertiva, é claro que as medidas constantes do OE, hoje, chumbadas pelo Tribunal Constitucional, e que valem cerca de 1 250 milhões de euros, dão enorme regozijo a muita gente, principalmente àqueles que se situam à esquerda e que fazem sistematicamente uma política de terra queimada.
Pessoalmente, e à priori, até me posso jubilar. Todavia, não sou daqueles que apenas pensa na sua barriga e, por isso, sabendo que para colmatar aquele valor não há outra solução, por muito que mintam e queiram dizer que outras existem, que não seja o aumento de impostos, sobretudo o IVA, isto é, passando dos actuais 23 para 25%.
Ora, para poupar, sobretudo, as taxas sobre 10% dos pensionistas – sim, porque os restantes estavam isentos – o governo pouca margem de manobra tem para angariar aquele montante, a não ser o aumento do IVA, o que, paradoxalmente, vai recair sobre todos os portugueses, ou seja aqueles que ganham muito ou pouco, uma vez que mesmo estes últimos, obrigatoriamente, têm sempre de adquirir produtos para o seu dia-a-dia, por poucos que, infelizmente, sejam.
E não venham com a falácia do recurso à taxação do sistema financeiro, pois quem está minimamente atento sabe que a maioria dos nossos bancos apresenta, hoje-em-dia, prejuízos.