A economia continua a dominar a ordem do dia. Por isso, não se estranha que se fale a toda a hora em “saída limpa”, em DEO, em consolidação das contas públicas, na saída da Troyka, ainda que nos fique a “vigiar”, ou melhor, a monitorizar durante muitos e muitos anos – o dinheiro que nos emprestaram a isso obriga -, em dívida que ascende a cerca de 130% do PIB e, para não ser fastidioso, o fim ou não da austeridade.
Pessoalmente, já aqui e noutros locais escrevi, preferiria uma saída cautelar, i.e., aquela que nos proporcionasse uma almofada real para uma eventual derrapagem e não esta vaga promessa de uma possível ajuda. E digo que preferiria saída cautelar porque temo que, devido às duas eleições que se avizinham, sem alguém que, de certo modo, nos controle, entremos numa espiral de desvario que, mais cedo que tarde, nos levará novamente a um segundo “2011”, ou seja, com PECs ou sem PECs nos conduzirão a segundo resgaste. É que por muito que me queiram convencer do contrário, não existe ninguém que em boa verdade possa dizer “que se lixem as eleições”. Todavia, a Alemanha, o patrão da Europa, e os países do Norte da Europa não estavam para aí virados, pelo que a designada “saída limpa” não foi realmente uma escolha, por muitos méritos que o governo e os portugueses tenham tido ao longo dos últimos anos, mas, de certa forma, imposta.
(Continua)