A leitura da imprensa de âmbito nacional, de preferência na sua forma impressa, sempre foi e continua a ser algo fundamental ao homem que pretende manter-se actualizado e com pretensões a discutir os mais variados assuntos, sem entrar em demagogia fácil ou populismos de trazer por casa.
Todavia, a imprensa regional continua a ter o seu lugar ou, como hoje se costuma dizer, a possuir o seu nicho bem definido e a revelar a sua importância. Como é evidente, quem lê este género de comunicação social não vai à procura de grandes parangonas nacionais, mas sim o que dizem os colunistas e correspondentes locais sobre a sua terra ou região.
Por outro lado, porque ninguém sabe o que o dia de amanhã pode trazer, assegurar o futuro hoje é uma garantia de estabilidade, principalmente nestes temos de enorme incerteza. Numa conjuntura em que se somam riscos, há que fazer contas à vida e consciencializar-se das mais-valias, não em função somente dos custos mas dos proventos.
Há, porém, quem sustente que a desconfiança é a mãe da segurança. E se, à primeira vista, a máxima nos diz que é o património que nos conforta e nos proporciona estados de alma mais elevados, um olhar atento levanta o véu sobre aquele e desmente-o em toda a linha. Já dizia o falecido actor brasileiro Paulo Gracindo - recordam-se dele na extraordinária interpretação de coronel-mor na primeira telenovela que passou na televisão portuguesa Gabriela, Cravo e Canela? – não concordo, de modo algum, com o velhíssimo ditado «mais vale só que mal acompanhado», pois a única vantagem de estar só é de poder ir à casa de banho e deixar a porta aberta.
Todas estas palavras por causa de um anúncio que vi na edição de ontem do Jornal da Bairrada e que, com a devida vénia, também divulgo. Quem sabe se assim contribuo, modestamente, é certo, para a felicidade do Sr. Manuel J. Fernandes, pessoa que, aliás, não conheço.
Já agora, uma sugestão ao aludido solitário: se decidir republicar o anúncio na próxima semana – trata-se de um semanário -, aconselho-o a dizer a quantidade de bovinos, caprinos, o número de varas de porcos, coelhos, galinácios, etc., bem como a quantidade de terras cultiváveis, pinhais/eucaliptais de que é proprietário e se possui ou não máquinas agrícolas para lidar com tal pecúlio. As características da casa também ajudam. Mas adorei o “entras como patroa”. Esta foi mesmo a cereja em cima do bolo.
Por último, uma chamada de atenção às minhas leitoras, sobretudo aquelas que se encontram dentro da faixa etária pretendida: olhem que “achados” destes não se encontram todos os dias – dois carros, 1 scooter e duas bicicletas eléctricas!!!