Já lá diz o ditado “ tristezas não pagam dívidas. Por isso, enquanto aguentamos as querelas partidárias, bem como as lutas pelo poder, continuamos a respirar, a aspirar, a trabalhar - os que podem, é claro -, a viver lutando contra a adversidade e a divertirmo-nos. Sim, porque não só do pão vive o homem! Por outro lado, bem sabemos que “entre mortos e feridos alguém há-de escapar” e, sem dúvida, cada um de nós, a seu modo, quer fazer parte do grupo dos que conseguem escapar.
Novas medidas de austeridade estão na forja e não são anunciadas já porque daqui a dois meses realizar-se-ão eleições. Mas esperem que elas surgirão.
O que não surgirá - pelo menos tão cedo ou até nunca – é a tão propalada reforma do Estado. Paulo Portas, “macaco velho”, está calado e vai dando palpites sobre tudo e sobre nada. Porém, daquilo que é mais importante nada diz. Implementar medidas – reduzir a burocracia, agilizar o investimento, reformular toda a teia de impostos, fomentar e financiar as PME, apoiar e facilitar as exportações, diminuir os gastos supérfulos do Estado (fundações, junção de organismos) entre tantas outras - há décadas que se fala, que se afirma, até à saciedade, que é urgente, mas … nada.
Ter em atenção ao quê, ao como, quem e ao quando relativamente às medidas em concreto que ditarão o nosso futuro é importantíssimo, mas o certo é que somos como o caranguejo: um passo à frente seguido de dois atrás.
Não adianta utilizar a estratégia da avestruz ou do velho do Restelo, não fazer nada porque nada resolve ou porque não vale apena. Não é verdade e muito se resolveria se as medidas forem exequíveis e, sobretudo, suprapartidárias.
Acreditar que as coisas mudarão se nós quisermos que elas mudem é fundamental.