O mundo do futebol é lixado, para não dizer coisa pior. Desculpem-me os leitores mais puristas, linguisticamente falando, é claro, mas não encontro outras palavras para descrever o que se passou ontem no jogo Sporting-Porto.
Após o SCP ter passado uma semana inteira, pressionando tudo e todos, ameaçando recorrer à vida judicial, sabendo, de antemão, que tal, pelas leis desportivas, é impossível, erguendo-se contra Deus e o Diabo, bem como intimidando com queixas à UEFA e à FIFA, reivindicando total transparência face à arbitragem nacional, este clube "omitiu", na crónica publicada no sítio oficial do clube, que o golo com que ontem derrotou o FC Porto, por 1-0, foi obtido através de um fora-de-jogo claríssimo não assinalado.
"(...) Foi preciso apenas um minuto para que os mais de 36 mil «leões» festejassem o primeiro e único tento da partida. Uma excelente jogada de combinação, com William a lançar André Martins na direita e com um cruzamento perfeito do número 8 para o cabeceamento certeiro de Slimani", é a descrição que se pode ler na página oficial do Sporting.
Por outro lado, no site do FC Porto, pode ler-se que a "vitória lisboeta fica manchada em termos de verdade desportiva, já que o único golo do encontro, apontado por Slimani, é obtido num lance antecedido por um claro fora de jogo". Os dragões queixam-se, ainda, de um alegado penálti por marcar: "Aos 44, Danilo cruzou na direita após uma boa troca de troca de bola e Jackson cabeceou ao lado, parecendo ter sido travado no seu movimento por Cédric, o que daria origem a grande penalidade."
O treinador do Sporting, chegando ao cúmulo do cinismo, afirmou “tínhamos que vencer, não importando como”. Quanto à arbitragem replica “ora é a nosso favor, ora é contra”. Só faltou dizer, como o outro, “é a vida!”
Caricato é Bruno de Carvalho, presidente do SCP, por não se pronunciar agora sobre a tão solicitada “justiça desportiva”. Continuará a dizer que foram roubados sete pontos? Ou, neste momento, serão apenas quatro? Lá para os lados de Alvalade gostam muito do aforismo “olha para o que digo, não para o que faço”.