Pouco a pouco vou descobrindo novos caminhos, deixando-me levar por eles, enfrentando outros desafios numa conjuntura adversa. Uma grande parte da sociedade reduz a sua actividade para atacar o insucesso profissional e, sobretudo, afectivo, fazendo-o com prejuízo de si própria, esquecendo uma lição básica: as pessoas vivem das relações e não fundamentalmente do dinheiro, por muito que este esteja mais ou menos interligado com aquelas.
Por isso, todos necessitamos de demonstrar capacidade de adaptação, mas principalmente de aceitação dos outros. Alguém com idade para ser considerado pessoa já madura, por muito que tente demonstrar que ainda é teenager, deve possuir conhecimentos actualizados, experiência obtida pela prática e pelo (in)sucesso no dia-a-dia, uma vez que, presume-se, já tenha resolvido grande parte dos seus problemas existenciais e construído soluções, individualmente ou, de preferência, colectivamente.
A eventual rede de contactos que possui é, sem dúvida, uma arma poderosa. Todavia, a mesma é desprezível se não for partilhada, dando fim à sua estanquicidade. É necessário desmistificar que a dificuldade está no outro, quando o foco deve ser colocado no contributo objectivo de cada um.
Ao contrário das pessoas com vista curta, de paixões tipo fósforo, é preciso encontrar, especialmente nestes tempos de crise, outros que, pelo seu contributo assente na experiência e partilha de vida, possuam uma nova postura de estar na vida.
Há que acreditar que, apesar do número de anos aumentar - a lei da vida oblige -, o nosso interesse pela vida e particularmente pelos outros não diminui.
É uma verdade que nem sempre recebemos o que damos. Contudo, não deixa de ser menos verdade que quando nada damos, pouco ou nada recebemos.