Se consultarmos qualquer dicionário, por mais pequeno que seja, observamos que louvor significa distinção, benção, elogio, glorificação, apologia, entre outros termos. Assim, apesar da sua subjetividade, é digno de louvor aquele que se destaca entre os seus pares.
É do conhecimento geral que, desde há muito, tenho o hábito diário de “folhear” o Diário da República. Ora, qual o meu espanto quando no p.p. dia 21 vi que um director cessante de uma escola secundária fez publicar naquele jornal oficial - nada mais, nada menos - nove louvores, tecendo os mais rasgados elogios a tudo e a todos, começando pelos vices e adjuntos, assessores, pessoal docente e não docente, directores de turma, coordenadores disto e daquilo, não esquecendo até as diversas comissões de horários!
Com toda a gente digna de louvor é caso para dizer que tal escola deve ser - não a conheço pessoalmente - uma instituição de referência nacional a nível do ensino público, o paradigma dos paradigmas.
Ironias à parte, bem sabemos que quando se louva todos os que colaboram com a instituição, verdadeiramente não se louva ninguém, pelo que o acto anteriormente referido não passa de uma mera acção de propaganda e de, no fundo, querer ficar de bem com Deus e com o Diabo.
Agora, reparem quanto tempo e dinheiro se despendeu nesta operação de puro marketing político. Será que não haveria outros assuntos mais importantes a resolver na dita escola? Será assim que se dignifica a escola pública?