Há quem diga, e com dados fundamentados, que uma boa parte do actual desemprego há muito existia, só que estava mascarado.
Com a crise, o sistema económico quase colapsou, as oportunidades reduziram-se ao mínimo e, portanto, o emprego que existe absorve apenas os que vêm de áreas de procura consolidada. Assim, o maior desafio está em procurar maximizar a contribuição de cada um para inverter a actual situação económica.
Como é fácil de compreender, o presente panorama de emprego em Portugal, em larga medida, fica a dever-se à fraca competitividade dos trabalhadores, bem como às excessivas e continuadas reivindicações destes, ou melhor, por parte de quem, com intuitos políticos, os manejam.
Que os sindicatos solicitem aumentos pecuniários, que lutem conta os salários em atraso e, sobretudo, combatam os despedimentos não há ninguém que não compreenda. Os exageros é que são intoleráveis.
Agora, quando a imprensa refere que "cinco funcionários da União de Sindicatos de Braga (CGTP) ainda não receberam o salário do mês de Dezembro e o subsídio de Natal, acrescentando que há alguns meses que os salários têm sido pagos atrasados, estando, neste momento, sem receber e que os alegados problemas financeiros levaram já a que, pelo menos, um administrativo tenha recebido uma carta de despedimento evocando a extinção do posto de trabalho”, é caso para dizer “olha para o que digo, não para o que faço”.
Imaginem o que aconteceria se qualquer instituição pública manifestasse a mesma postura que a filial da CGTP de Braga? Imediatamente o seu mais alto responsável – a nível de ministro ou secretário de estado - seria chamado ao Parlamento, pelo PCB e BE, claro está, para que explicassem devidamente a situação, sem esquecer a admoestação na praça pública e em todos os media onde pudessem chegar.