Concluído, ainda que breve, o balanço de 2013, eis-me de volta às reflexões, sobretudo, de ordem político-social, campo que, como vós, caros leitores, bem sabeis, é o meu predilecto.
Profissionalmente, pertenço a um mundo que, como se costume dizer, sofre de um mal incurável, designado comumente de deformação laboral, uma vez que, salvo raras e honrosas excepções, não sabe falar de outra coisa que não sejam alunos e aulas, em suma, de escola.
Todavia, esta realidade começa, pouco a pouco a mudar. Há, hoje, uma nova geração, constituída por jovens, entre os 23 e os 30 anos – os Millennils -, com formação pós-universitária, com os olhos postos no futuro e a ambição de vir a ocupar posições de liderança.
O conceito e a designação têm origem na vivência americana, mas qualquer semelhança com os jovens profissionais de outros países, incluindo o nosso, economias ou realidades culturais não é mera coincidência, é, sim, o efeito da globalização.
Jovens que não colocam fronteiras geográficas à sua ambição e, por isso, são cada vez, mais globais, na disponibilidade para trabalhar e na ambição com que encaram a carreira.
Ora, segundo os especialistas, esta renovada geração encara a comunicação pessoal durante o horário de trabalho como um direito e não um benefício. Assim, estes jovens, ao contrário do costume, trazem uma boa parte das suas vidas pessoais para o trabalho, sem permitir, necessariamente, que o trabalho entre nas suas vidas privadas. Embora estes profissionais estejam determinados em ter um bom desempenho no trabalho, é impossível para eles deixar a vida pessoal para trás.
Porém, como “não há bela sem senão”, esta geração possui um eventual defeito, porventura adveniente da sua juventude: são impacientes. A espera e os tempos mortos não são para eles, o que talvez até nem seja um inconveniente, bem pelo contrário.