Há quem ache que o aumento dos impostos é dispensável e até existem pessoas que teimam, a pés juntos, que estes deviam diminuir ou, em última instância, desaparecer. Simultaneamente, são da opinião de que deveria haver aumento de salários e de pensões. Lamento apenas que jamais consigam, cabalmente, explicar como se pode equilibrar esta equação, a qual não passa de matemática pura e dura.
Por outro lado, sublinhe-se o paradoxo de na actual situação económica de recessão, apesar dos últimos indicadores afirmarem o contrário, a receita continuar em baixa, enquanto a despesa aumenta, motivada pelo acréscimo do desemprego e do número de pensionistas e de reformados, bem como – é justo reconhecê-lo – por implementação de políticas erradas.
Quando se equacionam as possíveis soluções, observamos que a taxa de esforço assumida por cada um dos contribuintes já é excessivamente elevada e a via preconizada por uma certa “intelectualite”, dita de esquerda bem pensante, a qual preconiza a taxação ainda maior do sistema financeiro e das grandes fortunas é completamente irreal.
Se pensarmos racionalmente, para a esmagadora maioria dos portugueses, a última coisa que devem pretender é colocar o nosso sistema bancário em situação débil, pois tal acarretaria, mais cedo que tarde, numa nacionalização daquele e, por conseguinte, das nossas casas, carros e outros bens que tanto nos são queridos.
Quanto mais robustos forem os nossos bancos mais facilmente poderão ir buscar dinheiro aos mercados internacionais e – é crucial esta questão - a juros baixos, dinheiro que, por um lado, tanta falta nos faz para o desenvolvimento económico e, por outro, faz com que os que pagamos, principalmente os respeitantes à habitação, não subam exponencialmente, tornando-os insuportáveis.