Sim, ele sempre soube, que ela se queria dar a conhecer. E não esteve com meias medidas. Bateu à porta e foi convidada a entrar. No início, pensou que se tratava de uma brincadeira. Só que não estavam no Carnaval e muito menos era o primeiro de Abril.
Desde logo, demonstrou saber ao que vinha, uma vez ter tornado bem claro que a abordagem tinha sido preparada, quase que diria, ao mínimo pormenor. Personalidade, diferenciação e criatividade foram e são os seus pontos fortes.
Bem soube que, depois dos telefonemas e da troca de emails, podiam, primeiramente, terem-se encontrado em qualquer outro lugar. Ela, porém, preferiu a forma mais directa e eficaz de gerar e, sobretudo, rebustecer aquilo que começava a surgir entre eles. Aliás, dizias ela: “numa altura em que o mundo é gerido em contrarrelógio há que enfrentar a vida com originalidade e inovação”.
Ela foi, na verdade, igual a si mesma. Na sua identidade e na forma como se desnudou, mostrando toda a beleza feita de curvas e contracurvas, de rectas com princípio, meio e fim, contrariando, nestas formas, as leis da geometria.
No espelho da vida, para além dos traços bem vincados de personalidade, denotou igualmente os pontos fortes da sua filosofia vivencial e, como não podia deixar de ser, as pontuações nos vários eixos de sucesso.
No início apenas a representação do talento. Depois a reprodução da paixão e da ambição de ser amada.
Ele, pelo seu lado, apenas se deixou seduzir. O encantamento fez o resto. Longe ficou o passado, apenas contando aquilo que são hoje, onde querem chegar no futuro e, principalmente, o caminho que não querem voltar a percorrer. De uma coisa têm a certeza: sabem que não querem voltar por aí. Desconhecem, é certo, o percurso a fazer. Mas, como dizia o poeta, “o caminho faz-se caminhando”.