Os cenários de dumping social mascarado em que se transformam algumas apreciações do trabalho realizado pelos outros, na ilusão de um escoamento das suas próprias frustrações, acentuam a tendência para a desregulação da sã convivência e jamais atingirão os objectivos pretendidos, ou seja, “deitar abaixo” a qualquer preço o esforço e dedicação daqueles.
As facilidades concedidas, em termos de plateia auditiva e, sobretudo, contemplativa, garantem apenas aparências de apreciações, aliás muito transitórias, como é lógico, e que rapidamente se transformam num ciclo de problemas e num crescendo de mau-estar.
Facilitar este estado de coisas, desvalorizando o empenho e zelo é também uma forma de empobrecer tudo e todos. Sem que ninguém, nem mesmo aqueles que julgam, num primeiro momento, estar a ganhar – como é o caso daqueles que, por muito mal que façam, acham sempre que tiveram ou têm uma razão para tais actos – beneficiam com este erro.
Todos saímos a perder, inclusive os que julgam que conseguirão passar sempre por entre os pingos da chuva. O preço irá sempre ser cobrado, sendo certo que uns pagarão, senão neste mundo, pelo menos no Além, mais que outros.