Entre a apanha da azeitona e a escrita não há escolha. Prevalece a primeira, uma vez que nestas coisas de agricultura não existem preferências. A lavoura não se compadece com adiamentos. Debaixo de chuva e em cima de oliveiras, muito escorregadias mercê do excesso de humidade, os dias têm passado com enorme sacrifício, mas simultaneamente com deleite face à abundância e qualidade do fruto, preconizando óptimo azeite.
O almoço no campo, no meio dos olivais, facto que há dezena de anos não fazia, motivado por dias muitos curtos, os quais não suportam a deslocação a casa, tem proporcionado momentos de pleno convívio com a natureza, bem como um êxtase e uma fuga a outros deveres, esses sim, na maior parte das vezes, penosos e, sobretudo, não proveitosos.
Na próxima semana levarei a azeitona ao lagar. Aceito inscrições para degustar um bacalhau com batatas a murro, regado com azeite feito na hora.