Existe uma ideia generalizada que tudo o que se passa no estrangeiro, sobretudo nos países mais evoluídos, é que é bom, enquanto em Portugal é uma confrangedora miséria. Trata-se de uma noção limitada, aparentemente confortável, mas fora da realidade actual.
Ninguém duvida que existem muitas ameaças na globalização da economia e para nós, um país com pequeno mercado interno e pouco competitivo, essas advertências são exponenciais. No entanto, há muitas oportunidades por explorar, sendo, muitas vezes, apenas uma questão de visão. Atenção que não basta colocar óculos ou mudar de lentes, mas antes mudar de perspectiva, o que pode ser sinónimo de criar valor. E isso é verdade!
Ao invés de nos queixarmos sobre o que não temos, há que alavancar o que temos, por pouco que seja, e nos fixarmos no que queremos alcançar. É óbvio que dá muito mais trabalho criar do que reclamar. Contudo, não nos falta massa crítica suficiente para, promovendo novos heróis – verdadeiros heróis, entendamo-nos – conquistar novos mundos e alargar a vista a outros horizontes.
Se ajudaria termos um Estado eficiente, com um papel facilitador, bem organizado e justo? É evidente que sim. Todavia, à falta desse ideal devemos avançar e não ficarmos estagnados no pântano em que, imensas vezes, gostamos de estar mergulhados.
Podem dizer que sou um optimista empedernido e eu não o negarei. Por isso (re)afirmo que, com tudo aquilo que Deus nos deu e o Afonso, bem como os que lhe sucederam, conquistaram, ainda se pode viver muito bem em Portugal. A partir deste pressuposto temos um mundo à nossa espera. Tenhamos, então, criatividade, arte e engenho para contribuir para um mundo melhor … gerando valor.