Hoje foi dia de greve geral dos professores, data em que estava marcado o exame de Português do 12º ano, o qual, como é do conhecimento geral, mais discentes do ensino secundário movimenta e, por isso, mais “mossa” podia fazer.
Como habitualmente, existem números para todos os gostos, para todas as tendências, i.e., para ambos os lados da barricada. Se a Fenprof avança com 90% dos docentes em greve, o ME não lhe fica atrás e diz que 70% dos alunos efectuaram os respectivos exames. Como é evidente, e todos bem sabemos, ambos exageram. A experiência ensina-nos que bastava a presença de cerca de 10% dos 100 000 professores convocados para que a aludida prova se realizasse, donde se pode concluir que, nestas condições, se tratou de uma grande vitória dos docentes.
Ainda no respeitante às estatísticas e, sobretudo, quem tem ou não razão, consultando os principais blogues ligados à educação, os números rondam os 50% de alunos que fizeram exames, cifra que, pessoalmente, acho que não andará muito longe da verdade, isto tendo, aliás, em linha de conta a média entre os valores anteriormente descritos.
Uma pergunta deixo no ar: no próximo dia 27, dia da greve geral de todos os trabalhadores portugueses, data em que igualmente estão marcados exames – Matemática do 6º e 9º ano - o ME voltará a solicitar a convocação de todos os professores? Espero e faço votos para que, desta vez, haja o mínimo de bom senso “na 5 de Outubro”.
ADENDA - A posição do PS e principalmente a de José Sócartes manifestando a sua solidariedade para com a luta dos professores é, no mínimo, a maior hipocrisia de que tenho memória. Será que acham que não nos recordamos dos ataques mais que soezes contra os professores, promovidos pelo governo chefiado por este político, agora armado em comentador género "fada do lar"?