Greve de professores. Tempo de angústia e de indefinição para muitos. A começar pelos professores, a continuar nos pais e a terminar nos alunos. Só o governo, em geral, e o ME, em particular, parecem não se incomodar, ou melhor, até parecem querer incomodar todo o mundo.
Os sindicatos, alguns com uma postura mais responsável que outros – veja-se o exemplo da Fenprof, a qual não se limita apenas a dar voz às justas reivindicações dos docentes, como também a pedir a todo o momento a queda do actual governo, qual correia de transmissão do partido que sempre a comandou –, leia-se PCP, também não ajudam muito. Umas vezes por afirmarem aquilo que não devem, outras por omitirem informações da mais cabal importância para quem está dia-a-dia nas escolas, i.e., como se costuma dizer, no terreno, e é confrontado com posições diferentes de hora para hora.
Também é verdade que a grande maioria dos nossos sindicalistas, em boa verdade, se encontra dissociada do que se passa diariamente nas escolas, por muito que afirmem o contrário, uma vez não saberem, há dezenas de anos, o que é dar aulas.
No entanto, o que, neste momento, importa realçar é a pressão exercida pelos órgãos de gestão, ou seus apaniguados, sobre os docentes para que as reuniões de avaliação se efectuem. São os recados, são as meias-palavras ditas por portas travessas, é o silêncio, a maior parte das vezes ensurdecedor, é a invocação de legislação inexistente, ou pior ainda, a argumentação de que deliberações de estruturas educativas intermédias têm poder determinativo que não se encontra em qualquer lei, isto para falar da ameaça de processo disciplinar, por tudo ou por nada.