Muito se tem falado e fala das pessoas cujas funções e emoções são temporárias. Ora, tanto estão para um lado, como, logo a seguir, estão para o outro, qual folha de almo ao sabor do vento outonal. Refiro-me também àquelas cuja leitura das suas obrigações legais é condicionada pelo que lhe dá mais jeito. Como dizia, o outro dia, alguém com obrigações políticas ao mais alto nível, não admira estarmos como estamos, já que somos um país onde tudo se contesta. E, acrescento eu, uma nação onde se duas pessoas analisam um assunto três opiniões coexistem, diz tudo!
É evidente que este sentir acaba por não ser muito abonatório para a credibilidade do país, tanto a nível interno e, sobretudo, externo. É certo que nem todos somos assim. Acredito, até, que a maioria não comunga desta maneira de ser e de estar. Todavia, o que fica na espuma dos dias é que todos estamos contaminados negativamente, quando devia ser o contrário. Conclusão: os homens bons já não convencem ninguém e, pior, são ostracizados, imensas vezes, até pelos amigos.
Tempos tristes estes que atravessamos. As vantagens de ser solidário, prestável e colaborativo há muito que deixaram de ser uma mais-valia. Actualmente, usando uma fraseologia muito na moda, o que está a dar é aproveitar as oportunidades e de preferência sem olhar a meios para atingir os fins.
Neste universo tão materialista, em que nos queixamos, imensas vezes de barriga cheia, de tudo e de todos, em que parece que tudo nos é indiferente, importa salientar que existe Alguém que, um dia, nos pedirá contas, não como justiceiro, mas como premiador.