A questão da evasão fiscal tem feito correr rios de tinta. Aliás, não é por acaso que o último Conselho Europeu, a semana passada realizado, se debruçou sobre este assunto. De facto, se fossem cobrados os respectivos impostos ao dinheiro que é desviado para os designados paraísos fiscais, tal daria para terminar duas vezes – repito duas vezes - com a pobreza extrema no mundo.
Aqueles que nos mais diversos sectores da sociedade cumprem regularmente as leis há muito que reclamam por uma fiscalização eficaz, não complacente, i.e., que actue com rigor sobre as empresas, legais ou clandestinas e que desrespeitam as regras éticas da actividade.
Às reduzidas margens que caracterizam o sector e a desenfreada concorrência de empresas que não cumprem obrigações legais, acrescem os casos de outras que, com um historial de falências fraudulentas, renascem como a Fénix lendária, com novas roupagens, é certo, mas as mesmas artimanhas. Evidentemente que este raciocínio se pode e deve aplicar às pessoas singulares.
Todavia, é salutar que se diga que, apesar do destaque dado pela comunicação social, lançando sobre muitos sectores um autêntico labéu de desonestidade e desconfiança, metendo tudo no mesmo saco, ainda existem empresas/instituições e pessoas que cumprem os seus deveres legais, às quais os respectivos colaboradores, por reconhecerem tal postura, dão, perdoem-me a expressão menos prosaica, “o litro”.
A fiscalização é importante e urge reforça-la, de modo a controlar as organizações que não cumprem as imposições legais e morais. Certamente que vão continuar a existir casos de má gestão e por causa desta a tal fuga de capitais, uma vez que aquelas são geridas por homens e não por santos.
Cabe-nos a nós, consumidores finais, também uma palavra importante na triagem destas. A impunidade não pode morrer solteira.