Começo, com toda a sinceridade, a estar cansado, até ao cotulo da cabeça, desta questão dos reformados e pensionistas. Esta coisa de uns irem para o desemprego, outros diminuírem-lhes, ano após ano, o salário, enquanto aqueles acham que o seu pecúlio é intocável é uma grande chatice, para não dizer que é tudo uma enorme m…
A última que descobriram é de morte. Então, não é que acham que a reforma é igual à propriedade privada e, por isso, inviolável? Esquecem-se, porém, que o dinheiro, para as suas reformas, vem do meu bolso, pelo que, nesta ordem de ideias, o meu ordenado é propriedade deles e não minha. Olhem para a lógica, ou melhor, para a lata destes tipos!
Será que, honestamente, conseguirão responder às seguintes questões: e o meu ordenado também não tem as mesmas prerrogativas? Ou será que apenas eles têm barriga? E os desempregados, para além de terem direito a um emprego, pode-se-lhes cortar o respectivo subsídio ou mesmo terminar com ele?
Já agora, recordando que muitos deles se encontram reformados aos cinquenta e poucos anos, com pensões bem altas, será que me podem dizer, com toda a segurança, quando me reformarei e com que montante? Se não sabem, respondo eu: será aos 66 anos, no mínimo, e com um valor incomparavelmente menor do que actualmente auferem. É justo?
Argumentam que muitos deles são o sustentáculo de filhos e netos. Bem sei que alguns são e serei o último a negar tal. Contudo, indago: e nós? Não o somos em primeiro lugar? Quem acode em primeiro lugar aos seus descendentes? Não serão os pais? Sim, porque quem está no activo, descontando para todos aqueles, também tem filhos. Ou, esquecem-se disso?
Depois vem o Paulinho das “Feiras” dizer que não admite que se crie um cisma grisalho. Oh pá, ofereçam-lhes um frasco de tinta, mas não permitam que os sacrifícios não sejam repartidos por todos. É que se assim não for, até me apetece dizer que mais parece que uns são filhos da mãe e outros da dita cuja …