Existem aqueles que dizem haver assuntos que lhe tiram o sono, enquanto outros afirmam, sobre os mesmos assuntos ou outros, que dormem bem, apesar de pouco. Há, ainda, aqueles que promovem o entendimento, sabendo lidar mesmo com pessoas difíceis, sendo capazes de aperfeiçoar as suas capacidades atractivas, merecendo, por isso, a confiança dos outros. E não nos podemos esquecer dos que conseguem diariamente superar as dúvidas, vencer a ansiedade, compatibilizar amor e trabalho e, sobretudo, possuir a resiliência necessária para enfrentar os problemas.
No fundo, não passam de modos distintos de estar na vida.
Voltando ao tema de dormir bem ou não, quem não deve conciliar bem o sono é Jardim Gonçalves que, desde Dezembro de 2007, recebe mensalmente 167.650,70 euros através do fundo de pensões do BCP, acrescido de carro e motorista, segurança privada e avião particular para deslocações.
Como é possível nos dias de hoje, em que quase um milhão – há quem diga que este número peca por defeito – de portugueses estão desempregados, em que um em cada quatro está abaixo do limiar da pobreza, em que são cada vez mais os cidadãos a sobrevirem à custa da caridade e da solidariedade alheia, haja alguém que consiga dormir o designado sono dos justos levando ao final do mês aquela quantia, acrescida das restantes mordomias? Será que não tem consciência de que tal, para além de eticamente reprovável, é moralmente injusto? Ou será que, por pertencer à Opus Dei, doa a maior parte dos seus proventos para que esta instituição possa manter os seus caros colégios e residências universitárias elitistas? Todavia, mesmo que assim proceda, continua a ser altamente condenável.