Hoje quero reivindicar. Caramba, também tenho esse direito! Assim, quero o meu ordenado por inteiro, bem como os subsídios que há muito estavam contratualizados. Ah, e sem esquecer que o aludido ordenado e subsídios devem vir acompanhados da devida correcção monetária, uma vez que desde há três anos que não vemos qualquer acrescento, pelo menos igual à inflação. Bem pelo contrário. A última ocorreu com José Sócrates, em 2009, e isso deixa-me uma imensa saudade deste grande estadista, que o país tão mal tratou e, invejosamente, ainda trata.
Aliás, não é por acaso que o seu sósia, a outra cara-metade – leia-se António José Seguro -, está em alta nas sondagens e já fala em formar governo, prometendo, inclusive, grandes surpresas neste campo. Ora, tomem lá que é de graça e, sobretudo, porque a memória do povo é curta!
Mas voltando às vindicações, solicito mais crédito – de preferência a juros baixos ou a fundo perdido, não importando para quê ou porquê – ou, um dia destes, entro em greve. E se não entrar em greve, pelo menos participarei na próxima manifestação dos indignados, da geração à rasca ou em outra qualquer.
Por outro lado, igualmente quero trabalhar menos horas, uma vez que a vida deve ser uma evolução positiva, isto é, laborando cada vez menos e ganhando cada vez mais. É que se pensarmos um pouco, foi assim que se construiu a actual sociedade. Para isso basta recordarmo-nos da evolução da força do trabalho durante o feudalismo, passando pela era industrial e acabando na modernidade: mais e mais direitos e menos, muito menos, deveres.
Afirmo e reafirmo que não quero saber da crise para nada, já que nada contribuí para a mesma. E isto se acreditar que existe crise, pois algo me diz que tal não passa de uma invenção dos capitalistas e, essencialmente, da direita neoliberal, para nos conter no que concerne às nossas mais que justas lutas. Já dizia alguém: “a quem devo que espere, a quem me deve que pague”. Rapidamente e com juros, acrescento eu.
Não posso esquecer e, nesta ordem de ideias, reivindico o fim da desvalorização forçada da mão-de-obra, só desejada por quem espreita a oportunidade de enriquecer – malditos argentários -, pois tal terá um efeito devastador na nossa economia e acabará por atingir as próprias instituições financeiras – era bem feito(!) –, as quais, no fundo, estão por trás, e já agora, pela frente e pelos lados, de tal solução. Por isso, há que voltar aos tempos do PREC e da unicidade sindical, já qua a UGT, como central social-fascista, mais não faz que fretes a este (des)governo.
Mais: exijo, por ser imperioso e amanhã já ser tarde, a constituição imediata de um verdadeiro governo de esquerda, mesmo que o povo, em eleições, não vote nos ditos partidos de esquerda, seja esta caviar ou não. Acima de tudo, quem manda é o povo na rua. Esta coisa de eleições, sempre foi e será uma coisa aberrante, inventado pela democracia burguesa.