Ser bom aluno é uma vantagem em todo o lado e apesar de Portugal ser excepção em muitos casos, felizmente, neste ainda não o é. Todavia, hoje em dia e cada vez mais no futuro, estou certo, não basta ser bom aluno, uma vez que esta característica não origina obrigatoriamente um bom profissional no porvir.
Por isso, a necessidade de aliar à aprendizagem académica toda uma série de experiências, quer estas se situem no âmbito oficinal, no voluntariado ou até no desportivo. Recordamos bem que, em tempos que já lá vão, tanto as organizações privadas como as públicas recrutavam os seus colaboradores apenas com base na classificação académica final do respectivo curso. Hoje, porém, tal compromisso foi abandonado por todas as empresas privadas e mesmo as instituições públicas seguem este exemplo, cujo recorte de alistamento assenta não só nos conhecimentos académicos, mas igualmente na experiência de vida que denotam, realçando que aqueles são importantes, mas não determinantes.
O que conta é o perfil do candidato e aquilo que os ingleses designam como as suas soft skills, i.e., as suas melhores habilidades, pois é partir destas que se pode desenvolver o talento. Cada vez mais as instituições procuram factores diferenciadores nos candidatos. As actividades desportivas, por exemplo, são indícios claros de capacidade de cooperação e trabalho em equipa, enquanto, por sua vez, o voluntariado é símbolo de espírito de missão, adaptação e abertura a novas realidades. Espírito de missão, humildade, empreendedorismo, capacidade de trabalho em equipa, motivação, resiliência, entre outros, são factores que podem fazer toda a diferença entre a imensa pilha de currículos que chega à mão das entidades empregadoras.
Ao preparar, nos dias que correm, jovens para se inserirem proximamente na vida activa, ou seja no mercado de trabalho, no diálogo diário que mantenho com estes procuro incutir proactividade, flexibilidade, polivalência e capacidade de aprendizagem e comunicação. Conseguirei alcançar estes objectivos? Deus queira que sim. Para bem deles, do meu e, sobretudo, do país.