Vivemos tempos que se caracterizam por uma clara falta de confiança. Por outro lado, há mais ponderação, maior resistência à mudança, bem como uma tentativa nítida de redução dos riscos.
Nesta fase de incerteza, em vez de se valorizar, acima de tudo, a experiência, as referências credíveis, a capacidade de adaptação e o espírito de equipa, dá-se realce a análises menos cuidadas e pouco rigorosas, assumindo-se que uma postura de bem-falante, onde a retórica e a demagogia barata são reis e senhores, deve prevalecer.
Em qualquer organização, de acordo com Amândio da Fonseca, as dificuldades situam-se nos vértices de um triângulo isósceles: área produtiva, quer esta se situe no sector primário, secundário ou terciário, área administrativa/financeira e área dos recursos humanos. Geralmente, a objectividade dos problemas nos vértices técnico e/ou financeiro são relativamente fáceis de equacionar e resolver. É, por conseguinte, no terceiro vértice, o dos recursos humanos que se situa o busílis da questão.
Não nos podemos esquecer que a maior parte dos principais responsáveis das organizações, quanto muito, possuem formação que lhes permite resolver as questões técnicas e financeiras, mas dificilmente conseguem sobressair no âmbito dos recursos humanos, uma vez que gerir pessoas é extremamente difícil. E assumir o erro, reconhecer que se fez uma má escolha, sabendo que tais factos têm enorme repercussão no actual e, sobretudo, no futuro da instituição é extremamente raro, para não dizer inexistente.
Aliás, não é por acaso que o país se encontra numa situação de gravíssima crise económica e social. Com este tipo de actuação, infelizmente tão comum, não admira!