Reflectir sobre a tendência a que, nos últimos anos, nos votámos é, para alguns, um exercício maniqueísta, para outros algo muito fácil, uma vez que basta resumir tudo o que já foi dito e escrito e, para os restantes, é muito difícil, se se quiser pensar out of the box e procurar soluções.
Parece que as civilizações se destroem a si mesmas, bastando para comprovar tal observarmos as suas histórias. Será isso o que nos está a acontecer? Somos testemunhas do fim de algo e, portanto, podemos e devemos ser agentes do início de outra coisa.
Reverberar sobre Portugal sem olhar para o mundo em redor pode ter uma conotação salazarista, algo do género “orgulhosamente sós”. Ainda não estamos sós – mas quase – e orgulhosamente também não – embora pareça. E apesar de todos reconhecermos o quanto é difícil fazer previsões, elas são fundamentais. Aliás, que o diga o governo, o qual, para mal dos nossos pecados, ora avança com uma, para a seguir recuar e sequentemente aparecer com outra.
Saber o que está para vir e como controlar a situação é o que podemos designar por “ovo de Colombo” dos nossos dias. Que existem medidas financeiras e fiscais que têm de ser tomadas ninguém duvida. Quais? São as perguntas que valem milhões. Todavia, somos gente de bem, i.e., que paga o que deve. Hoje, sabe-se que estão previstas novas medidas de cariz financeiro com enorme repercussão social, faltando apenas saber se são ou não suficientes para levar este país a bom porto.
Sem dúvida que o nosso desemprego é enorme e que tem imensas caras, sendo impossível de abordar, no seu todo, da mesma forma e modo, uma vez que existem imensas pessoas à procura de trabalho, enquanto continua a haver empregos que ninguém aceita. Por exemplo, somos ainda um país de agricultores, mas com milhares de hectares por cultivar e, simultaneamente, possuímos um imenso mar sem barcos.
Em conclusão, há que nos reinventarmos. Como? Novos navegadores que consigam dobrar o Cabo das Tormentas ajudavam imenso!
P.S. 1 – Este foi um texto escrito no meio de dores indescritíveis. Sobre as suas eventuais lacunas e imperfeições solicito a maior compreensão. Aquelas justificam algo mas não tudo.
P.S. 2 – A todos os que, de um modo ou de outro, têm manifestado a solidariedade para com o meu estado de saúde o agradecimento sincero e dizer que a recuperação está em curso. Mais: não será qualquer ventania que me deitará abaixo, por muito que isso seja desejo de alguns.