O meu ponto de vista

Agosto 27 2012

Senão todos, pelo menos a larga maioria, teme o agravamento das condições de vida que se anunciam, essencialmente, por via de novos e mais elevados impostos. Continuamos a pagar o desvario de décadas a “caminho” do socialismo e de renovadas manhãs que cantariam eternamente.

Por exemplo, o anunciado aumento da fiscalidade sobre o património imobiliário, nomeadamente o Imposto Municipal de Imóveis (IMI), segundo aludem os especialistas da área, será tão exagerado que temo que seja fatal para muitas famílias.

A tentação de olhar para o imobiliário como uma inesgotável fonte de receita fiscal já vem de longe e continua a ser uma ideia perigosa. Recordo que a maioria dos portugueses – ultrapassa a barreira dos 75% -, durante décadas, foi incentivada a adquirir casa própria, arriscando, na maior parte dos casos, mensalidades que roçavam e roçam ainda o limite do esforço individual.

Ora, com os aumentos anunciados, é o esticar da corda que pode quebrar um equilíbrio já por si muito precário.

É evidente que não falo, como é lógico, dos detentores de segunda ou terceira habitação. Aqui sim, sobretudo aqueles que possuem casa de férias, seja ela situada na praia ou no campo, devem ser taxados e altamente.

Possuir casa própria – a não ser que seja um palacete ou situada em locais muito específicos, como seja, por exemplo, a Quinta da Marinha – não é, hoje em dia, um luxo, mas sim uma necessidade básica. Como tal, não pode, de modo algum, ser sobrecarregada com mais elevados impostos.

publicado por Hernani de J. Pereira às 22:03
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Agosto 24 2012

Sim, bem sei que precisava de mudar de ares. E de que modo! Nos inícios de Agosto, novamente rumei a Algarve, mais concretamente a Monte Gordo, não fosse eu um dos paradigmas de que o homem é um ser de hábitos. Soube muito bem e mercê do sol, do mar calmo e da sua alta temperatura, da sua gastronomia, sobretudo do seu excelente e variado peixe, não esquecendo a bela companhia, manda a verdade dizer que vim mais relaxado e com outro “temperamento”.

No entanto, como bem nos ensina o nosso bom povo, não há bela sem senão. Assim, logo após o regresso, eis-me de volta aos deveres, principalmente os afazeres da agricultura, uma vez que como os antigos diziam e continua válido “semear é fácil, o difícil é cuidar e colher”.

Assim, dois dias a desparrar vinhas seguido de colocação de sulfato. Abro um parêntesis para dizer que este é outro caso que justifica plenamente o adágio de que os tempos de hoje são muitos diferentes dos de outrora. Recordo de nos finais de Agosto se começar a vindimar, pelo menos, determinadas vinhas, especialmente as colocadas em locais mais cimeiros, ou seja em sítios mais sequeiros. O certo é que, nos finais do mês corrente, coloca-se sulfato à base cobre e enxofre, de modo a acelerar a maturação das uvas, tal o seu atraso. Sintomático!

Mas se os trabalhos terminassem por aqui, estava eu bem. Ou talvez não, por saber que devo agradecer diariamente a Deus o dar-me forças e ferramentas para produzir para mim, para os meus e para o país.

Na continuação da labuta diária, eis-me, com um sol abrasador, a descamisar milho e a recolher feijão seco, qual formiga, em pleno Verão, a pensar no Inverno. Sei que é uma frase feita, até, de certo modo, prosaica, mas a elevação, neste momento, está ao nível do chão, tal é o cansaço.

E, agora, com o milho na eira, ou seja, quando necessitava de sol para que secasse, eis que vem chuva, a qual, se servisse de rega para as culturas tardias, ainda vá lá, mas nem para isso. Aborrece quem no campo labuta e, com toda a certeza, não agrada a quem passa férias nas praias, sobretudo as do centro e norte do país.

Crónica bem diferente das que tenho acostumado os meus caros leitores, mas há falta de melhor assunto … Aliás, não é por caso que esta altura se designa de silly season!

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:49
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Agosto 21 2012

Pela primeira vez, segundo me recordo, concordo com Alberto João Jardim (AJJ). Apoio totalmente a implementação de um referendo ao povo da Madeira sobre a respectiva autonomia. Mas - como tudo na vida, existe sempre um “mas” -, o aludido “mas” é condicionado às seguintes questões, as quais, inapelavelmente, deverão acompanhar a pergunta que AJJ quer que se coloque aos seus apaniguados, i.e., se querem ou não mais autonomia:

No caso de concordar com maior autonomia quem deve assegurar os custos de tal alargamento:

  • Os cubanos do “Cotinente”?
  • Os madeirenses?
  • Outros, independentemente de serem os habitantes do Burkina Faso ou da Tomatilândia?

E, já agora, um outro referendo deve ser disponibilizado aos continentais. Este apenas deverá conter uma única pergunta:

  • Concorda com a independência da Madeira?

Não tenho a menor dúvida qual será resposta dos madeirenses, tal como também sei o que os portugueses residentes no continente responderiam.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:57
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Agosto 19 2012

Hoje, tive a agradável surpresa de ser convidado para almoçar, na zona entre Anadia e Mealhada, um dos melhores pratos por aqui confeccionado, regado com um excelente espumante. No entanto, adianto que, apesar de estar na fronteira, foi dentro do primeiro concelho, como aliás não podia deixar de ser, não fosse, sem quaisquer margens para dúvidas, um anadiense de alma e coração, e por ter a certeza absoluta que é aqui que se come o melhor leitão à Bairrada. O restaurante, passe a publicidade, pois, infelizmente, aí não possuo qualquer quota, foi a Nova Casa dos Leitões, sito no Peneireiro, lugar cimeiro – digo mais, de excelência - deste género de gastronomia regional.

Todavia, para além da bela companhia, o que importa realçar é que, chegados cerca das 13H00, encontrámos uma longa fila de espera, pelo que, segundo a funcionária encarregue das inscrições, demorariamos cerca de uma hora a conseguir uma mesa vaga. Valeu-nos, uma vez que em todo o lado é conveniente ter amigos e/ou conhecidos, ser aquilo que se costuma designar por pessoa da casa, pelo que passados dez minutos, ou nem tanto, aí estávamos sentados à mesa e prontos a saborear a aludida iguaria sem igual.

Sendo certo que o almoço foi opiparamente servido e que o manjar foi digno de autênticos deuses, importa perguntar: Crise? Qual crise? Onde está? Evidentemente que os outros clientes poderão e deverão perguntar o mesmo.

publicado por Hernani de J. Pereira às 22:02
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Agosto 18 2012

Quando a conquista do bem-estar não está facilitada, há que rasgar o caminho que nos garanta uma forma de sobrevivência, mesmo que, à priori, a ideia nos pareça descabida. Reza a tradição que é em momentos de adversidade que surgem, na maior parte das vezes, as melhores oportunidades.

Tudo o que precisamos é de acreditar, ser terra a terra, manter os pés bem assentes no chão e, sem grandes deslumbres ou posições mirabolante, estruturar a nossa vida.

Lembra-te, a prioridade não é ficar bem em dois dias, mas sim garantir o melhor conforto possível a cada dia que passa, bem como sentires-te realizada com o que fazes. As primeiras perguntas que deverás colocar é “o que tenho de bom?” e “onde reside a minha força?”. As respostas até podem não ser originais, mas acredita que ganharás a batalha se a abordagem for inovadora e, sobretudo, credível.

Por outro lado, esta análise acarreta de entre outras questões a seguinte: qual é a minha concorrência, i.e., o que tenho de enfrentar, e, particularmente, quais os seus pontes fortes? Como bem sabes a resposta a esta pergunta é vital para maximizar o êxito. Todavia, como bem sabes, apesar das sentidas dificuldades, tens muito para oferecer, pelo que mesmo em situações adversas, como é o presente momento, sei que te munirás do teu lado prático e realista, reduzindo, deste modo, os riscos ao mínimo.

Pode parecer-te irónico, mas é nestas alturas que pensar em grande tem as suas vantagens. Deves, porém, definir uma estratégia de sucesso, mas de forma faseada. Não queiras tudo de uma só vez. A paciência é fundamental. Atenção aos pormenores pois é neles que deves investir para te diferenciares. E tenho a certeza que irás vencer pois tens qualidades para testar todos os teus factores de distinção.

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:09
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Agosto 12 2012

Se tem vontade de vencer? Sim, na verdade, é daquelas em que facilmente se nota uma vontade férrea de exceder as expectativas, que trabalha com energia e paixão e que procura de forma contínua e inovadora alcançar os melhores resultados.

Maria, chamamos-lhe assim, nas conversas que temos travado denota, quase sempre, novas competências, um modo de pensar linear, captando e retendo permanentemente a nossa atenção. Diz ela, com alguma simplicidade – não sei se artificiosa ou se faz parte integrante do seu modo de ser -, que há um desafio constante a vencer pelo que não pode, de modo algum, desperdiçar o potencial e, por isso, a busca incessante em novos conhecimentos e a procura ininterrupta em participar em projectos, sejam eles profissionais, afectivos ou de lazer, onde possa deixar indelevelmente a sua marca.

Aliás, não é por acaso que a sua moradia, onde, o outro dia, tive oportunidade de passar um dia maravilhoso, é um sinal distinto da sua contemporaneidade, com detalhes cuidadamente estudados em prol da harmonia e fusão entre o espaço exterior e interior, com amplas janelas que dão origem a ambientes luminosos e oferecem vistas difíceis de encontrar hoje-em-dia, ao mesmo tempo que asseguram total privacidade.

Não sei como ama, como é sua parte mais íntima. Apenas posso especular tendo em atenção o seu corpo ondulante, qual sereia encantada, o sorriso constante, os olhos cor de amêndoa, os quais, por vezes, se confundem ora com o tom laranja ocre da região, ora com o azul do mar ali tão perto. Contudo, quero crer que se entregar como se entrega diariamente à vida, temos Mulher.

publicado por Hernani de J. Pereira às 23:16
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Agosto 07 2012

Recordo a minha infância com carinho. Era uma altura em que já ajudava os outros e que sentia, de certo modo, ser diferente. Não maior ou menor que os outros: simplesmente diferente. Embora na minha mente fosse complexo discernir o que seria normal ou não fazer, o certo é que já nesse período da minha vida tentava fazer diferente.

A forma como fui crescendo, a educação que recebi, o espírito de sacrifício a que fui habituado, deram-me a percepção de que em mim havia dons que tinha, mais tarde ou mais cedo, de explorar e colocar a render.

O entendimento de que seria importante para a minha construção, enquanto ser humano, ajudar os outros a encontrar soluções para os seus problemas levou-me – e ainda hoje, feliz ou infelizmente, me leva – a dedicar a maior parte das minhas forças em prol dos outros. Aliás, não é por acaso que foi a profissão que me escolheu e não fui eu que escolhi a profissão.

Nas minhas relações sociais, enquanto ponto de encontro de afectos e de amizade, revelo que não ser fácil estabelecer entendimentos, tanto mais que o espírito livre se revela indubitavelmente, ao mesmo tempo que procuro fugir da banalidade, recusando de todo a hipocrisia e detestando a falta de agradecimento, sem querer, de modo algum, o desdobramento da passadeira (vermelha) ou o descobrimento da cabeça – leia-se tirar o chapéu.

Continuo, hoje-em-dia, à procura de mim mesmo. Isto porque há muito entendi que não me encontro fora de mim, mas dentro, pelo que importa criar pontes (novas) e não entraves à abertura do autoconhecimento pleno de quem sou e do que aqui faço.

Assim, saliento a importância, enquanto pessoa, de desenvolver códigos de inteligência e filtros emocionais que me permitam perceber que o mundo é aquilo que sou, conjuntamente com os outros, como é óbvio, e não aquilo que vejo ou os outros vêm.

E tal como, um dia, afirmou Madre Teresa de Calcutá, também eu, sem falsa modéstia, digo: “o que faço é uma gota de água no meio do oceano. Todavia, sem ela, o oceano seria menor”.

publicado por Hernani de J. Pereira às 23:55
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Análise do quotidiano com a máxima verticalidade e independência possível.
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