Chegou, sem glória e sem proveito, ao fim do seu reinado, paradoxalmente, coincidindo com o mês em que, discretamente, comemorou anteriormente a sua vitória. De Pirro, acrescento eu. Confirmou-se, assim, um desconfortável sentimento colectivo de que o ciclo do mel e do leite que tinha prometido chegara, num ápice, ao fim.
Os destinos voltaram a depender de mãos alheias e a maioria reconhece que, infelizmente, esta até é a melhor solução.
Ao racionalizar a situação, muitos já desconfiavam, na altura em que uma nova vaga se apoderava do anterior “império “, que tudo parecia bom de mais para ser verdade. E, embora tivesse prometido a utopia, faltando garantir, apenas por mero decoro, “amanhãs que cantam” – bem, os compagnons de route estavam lá e bem ajudaram à festa -, a realidade depressa se impôs à medida que se desbaratavam recursos, se corria atrás de miragens, empenhava ou vendia a herança e, por idealismos de uns ou incompetências de outros, caminhava a passos largos para o fim.
Mas a vida continua e porque a esperança é a última coisa a morrer, tem de continuar a acreditar que um dia voltará e em força. Por agora, um qualquer lugar serve, não que isso lhe confira mais sabedoria e inteligência, bem pelo contrário.
Já agora, a estratégia correcta era saber fazer a travessia no deserto de cabeça erguida, definindo prioridades e aplainando caminhos. Outros existem, talvez com melhores predicados, que o fazem de forma digna e não é por isso que os seus "parentes caem na lama".