Quando é muito difícil escolher, face à elevada qualidade da oferta, podemos sempre dizer que estamos no bom caminho, até mesmo para assumirmos roturas. Este ano, alguém conheceu imensas dificuldades em todas as categorias, como aliás é público e notório. Assim, a festa, não foi concorrida e decorreu quase permanentemente sem pompa e sem a circunstância adequada.
E, na falta de melhor, socorro-me da gíria futebolística, o que aliás não é, de modo algum, mera coincidência, para sublinhar que a disputa, apesar dos candidatos se encontrarem num patamar elevado, nenhum vencedor se impôs de forma tão evidente, o que diga-se de passagem, é um excelente sinal.
Aliás, como também é bom sinal, o facto de existirem pessoas de elevada qualidade, as quais nos manifestam confiança absoluta, apesar das vicissitudes que estamos a atravessar, i.e., apesar de transpormos um momento de particular e desagradável turbulência, a qual pode esconder e diga-se, em abono da verdade, que tem escondido muito das capacidades que também por aí brotam.
Se pudesse organizava uma cerimónia de “Óscares” da melhor colaboração, dádiva e entrega. Não tenho a menor dúvida que tal seria uma óptima oportunidade para saber quais os que, entre nós, escrutinando a realidade circundante, com vista à elaboração de um diagnóstico afectivo e da respectiva prescrição, dão o melhor de si. Por outro lado, poderíamos ter uma visão mais global da nossa entidade e da nossa capacidade de criar, mesmo em contextos difíceis como o que vivemos, e sem qualquer complexo de inferioridade.
Julgo mesmo que, um olhar atento ao portfólio da amostra denotaria alguns dos caminhos mais seguros para o sector da construção da formação interior, tendo em conta o papel que esta pode e deve desempenhar na presente conjuntura – a reabilitação dos sentimentos mais genuínos -, algo que não é novo, mas que justifica pela grande atenção que dá às relações e à sua sustentabilidade, bem como pelos novos paradigmas na oferta do bem-querer.
Voltando, porém, à questão do futebol, digamos que hoje em dia – perdoem-me os adeptos dos outros clubes - parecemos o Benfica e o Porto. Ambos perdem e ganham quando se espera o contrário. O desperdício de oportunidades é de tal monta que deixa até os menos fervorosos com os cabelos em pé, num nervosismo miudinho muito pouco saudável. Há quanto tempo, cada um de nós, não se comporta com estas equipas?
Por isso, sem esperar grandes goleadas – bem, a idade e a qualidade das “equipas” só muito excepcionalmente o permite –, a tal noite de “Óscares” serviria para provar que existem valores que, obrigatoriamente, se devem preservar e, por isso, verdadeiramente dignos de prémios.
Uma coisa é certa: a entrega das “estatuetas” surpreenderia muita gente. Haveria aqueles que pensavam ser contemplados e não seriam, tal como o contrário também é verdade.