Parece uma verdade à La Palice mas, mesmo assim, atrevo-me a dizê-la: o ano de 2012 vai ser extremamente difícil. Vamos ter de apertar o cinto e gerir muito bem o nosso orçamento, seja o do Estado, seja o de cada empresa e instituição, seja ainda o de cada família ou cidadão.
E, neste contexto, vamos discordar – uns mais que outros, conforme a posição política de cada um – das muitas opções que venham a ser decididas em matéria de impostos e salários. Assim, quanto maior for a nossa capacidade de auto-regulação em matéria de poupança – a marmita voltou a ser moda, sendo um negócio em expansão -, tanto mais fácil será de enfrentar as vicissitudes da conjuntura, sendo certo que as dificuldades geram ou podem gerar novas oportunidades – bem sei que é dos livros, mas dou alvíssaras a quem me as indicar – e que estas implicam que possamos recuperar a nossa própria confiança (já em 2013?).
A este propósito, é compreensível (!!!) que os bancos, os quais em 2011 tiveram enormes prejuízos, fruto de investimentos em economias em dificuldade, como sejam a grega, italiana e espanhola, ensaiem novas soluções, as quais serão sempre tanto mais difíceis quanto menor for a confiança que consigam gerar, isto é, para oferecer a quem necessita de sentir confiança em nós, uma vez que precisamos que continuem a apostar na nossa economia.
Sem querer passar por pretensioso, avanço que mais importante que ter ideias e ferramentas, é ter vontade de as aplicar. De preferência voluntariamente.
Em jeito de adenda, pergunto: porque é que o PCP e o BE, bem como as suas correias de transmissão – leia-se CGTP, Fenprof, Frente Comum da FP, sindicatos dos transportes, entre outras -, após terem tido conhecimento dos aludidos prejuízos da banca portuguesa, deixaram de apregoar que o sistema financeiro e capitalista é que deveria pagar a crise?