O meu ponto de vista

Março 29 2012

Aquilo que se temia, e que tive oportunidade de referir - haveriam de aparecer várias “Madeiras” - aí está. O “buraco” financeiro das autarquias ascende a 12 mil milhões de euros, sendo que um quarto desta dívida é de curtíssimo prazo. Dito por outras palavras, o Estado – todos nós, afinal – terá de injectar, por estes dias, cerca de três mil milhões de euros, uma vez que autarquias existem que nem dinheiro já têm para pagar aos seus funcionários.

Na maioria das nossas câmaras municipais a situação é explosiva, não porque não recebam muito dinheiro – directamente do Estado e das enormíssimas taxas que nos cobram -, mas porque se costumaram a gastar muito mais do que os proventos. Tudo porque os seus mentores, mandato atrás de mandato, e independentemente do respectivo cariz político, estavam e ainda estão pouco preparados para uma vida política de exigência e de rigor. Se são bons em algo, quanto muito, é no populismo e na demagogia. Aqui, nestes contextos, imperam e são reis e senhores. É só visitar este país e veremos que não existe terreola, por mais recôndita que seja, que não tenha várias rotundas, algumas com enormes e caros repuxos, pavilhão gimnodesportivo de último grito, lombas e mais lombas, clube de futebol, onde apenas meia dúzia de gatos-pingados fazem prática desportiva, mas serve, às mil maravilhas, para os “Bokassas” da terra se enaltecerem, centro médico, posto de correios, o qual serve apenas para os velhotes levantarem a pensãozita, escola e infantário para meia dúzia de crianças, lar de dia (e de noite), entre tantas outras valências.

Com estas minhas palavras não quero dizer que estas populações não tenham direito a estes serviços. Uma coisa é o direito. Outra, porém, é a rentabilidade, a qual se for negativa, como são a grande maioria daqueles casos, alguém tem de pagar. Como é lógico, eu também gostaria de ter ao pé da minha casa todos aqueles serviços e até outros. Mas quem, mensalmente, pagaria a factura? As pessoas que vivem nos grandes centros urbanos? Mas estas também se queixam, tanto ou mais que as outras, e dizem não aguentar mais impostos e taxas. Isto para além de, justamente, reivindicarem igualmente serviços que lhes estão a ser cortados.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:41
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Março 28 2012

A importância de marcar a diferença pela positiva junto de todos – leia-se colaboração, espírito de sacrifício, dádiva da própria capa se vejo o meu semelhante com necessidade -, mas principalmente, no confronto com os que de mais perto nos rodeiam, sempre foi importante, mas hoje ganha nova dinâmica.

Numa época de forte individualismo, em que cada um se acha mais que autossuficiente, e que as metas sociais são, para além de desvirtuadas, quase por completo escarnecidas, é bom ainda haver pessoas que, apesar de não serem perfeitas, erguem os valores do altruísmo como bandeira, sabedores, sem quaisquer margens para incertezas, que o modo de assim proceder é o mais sensato.

Esta ferramenta evidencia e valoriza as características, competências e aptidões da pessoa, revelando os seus factores de diferenciação para desempenhar as mais variadas funções, sendo uma mais-valia para todos onde estiver ou vier a ser integrada.

No fundo, estamos cansados da temática do “coitadinho”, do infeliz que tudo lhe acontece, cuja triste história, senão é por este é por outro motivo qualquer. Invariavelmente, a sua gesta é de “fazer chorar as pedras da calçada”, sendo que a culpa raramente é dele, mas quase sempre do ambiente que o moldou. E, apesar de, infelizmente, ainda ser politicamente correcto assim pensar e, nessa ordem de ideias, ficar muito bem em determinados contextos, há que, de uma vez para sempre, abandonar tal prática.

Somos um país de queixosos – eu, pecador, me confesso – em que a lamúria é imutável, apesar de, na maioria dos casos, ser claramente infundada. Aliás, num país que vive à dezena e dezena de anos à sombra do Estado Providência, em que o espírito de iniciativa é, senão, desencorajado, pelo menos motivo de forte inveja, poder-se-ia esperar outra coisa? E o que dizer de um país que amiúde se revolta com o controlo estatal, ao mesmo tempo que vocifera pela ausência de inspecção e consequente responsabilização de tudo e de todos?

A este propósito, por me parecer um caso paradigmático, recordo uma reunião em que assisti vai para vinte e tal anos. Nesta, depois dos assistentes terem, pelas mais diversas formas e vezes, invectivado o ministro presente que o Estado era asfixiante, castrador da liberdade individual e, sobretudo, empresarial, castigando-os constantemente com burocracias de mil costados, no final, em jeito de conclusão, interpelaram-no, de certo modo, furiosamente, pela inexistência de mais e melhores apoios, i.e., subsídios. No fundo, como muitos de nós, queriam e ainda querem dinheiro mas sem qualquer verificação.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:22
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Março 27 2012

Quando é muito difícil escolher, face à elevada qualidade da oferta, podemos sempre dizer que estamos no bom caminho, até mesmo para assumirmos roturas. Este ano, alguém conheceu imensas dificuldades em todas as categorias, como aliás é público e notório. Assim, a festa, não foi concorrida e decorreu quase permanentemente sem pompa e sem a circunstância adequada.

E, na falta de melhor, socorro-me da gíria futebolística, o que aliás não é, de modo algum, mera coincidência, para sublinhar que a disputa, apesar dos candidatos se encontrarem num patamar elevado, nenhum vencedor se impôs de forma tão evidente, o que diga-se de passagem, é um excelente sinal.

Aliás, como também é bom sinal, o facto de existirem pessoas de elevada qualidade, as quais nos manifestam confiança absoluta, apesar das vicissitudes que estamos a atravessar, i.e., apesar de transpormos um momento de particular e desagradável turbulência, a qual pode esconder e diga-se, em abono da verdade, que tem escondido muito das capacidades que também por aí brotam.

Se pudesse organizava uma cerimónia de “Óscares” da melhor colaboração, dádiva e entrega. Não tenho a menor dúvida que tal seria uma óptima oportunidade para saber quais os que, entre nós, escrutinando a realidade circundante, com vista à elaboração de um diagnóstico afectivo e da respectiva prescrição, dão o melhor de si. Por outro lado, poderíamos ter uma visão mais global da nossa entidade e da nossa capacidade de criar, mesmo em contextos difíceis como o que vivemos, e sem qualquer complexo de inferioridade.

Julgo mesmo que, um olhar atento ao portfólio da amostra denotaria alguns dos caminhos mais seguros para o sector da construção da formação interior, tendo em conta o papel que esta pode e deve desempenhar na presente conjuntura – a reabilitação dos sentimentos mais genuínos -, algo que não é novo, mas que justifica pela grande atenção que dá às relações e à sua sustentabilidade, bem como pelos novos paradigmas na oferta do bem-querer.

Voltando, porém, à questão do futebol, digamos que hoje em dia – perdoem-me os adeptos dos outros clubes - parecemos o Benfica e o Porto. Ambos perdem e ganham quando se espera o contrário. O desperdício de oportunidades é de tal monta que deixa até os menos fervorosos com os cabelos em pé, num nervosismo miudinho muito pouco saudável. Há quanto tempo, cada um de nós, não se comporta com estas equipas?

Por isso, sem esperar grandes goleadas – bem, a idade e a qualidade das “equipas” só muito excepcionalmente o permite –, a tal noite de “Óscares” serviria para provar que existem valores que, obrigatoriamente, se devem preservar e, por isso, verdadeiramente dignos de prémios.

Uma coisa é certa: a entrega das “estatuetas” surpreenderia muita gente. Haveria aqueles que pensavam ser contemplados e não seriam, tal como o contrário também é verdade.

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:54
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Março 26 2012

Os que habitualmente visitam este local, sabem que muito raramente faço citações ou remeto para textos de outros autores.

No entanto, hoje, abro uma excepção para aqui colocar a letra de uma canção que anda por aí na rádio, infelizmente sem o sucesso que merece. Refiro-me concretamente à canção de Miguel Araújo, intitulada “Os maridos das outras”.

Já agora, para quem tiver a curiosidade de ouvir,aqui fica o vídeo

 

 

Toda a gente sabe que os homens são brutos
Que deixam camas por fazer
E coisas por dizer
Muito pouco astutos, muito pouco astutos


Toda a gente sabe que os homens são brutos

Toda a gente sabe que os homens são feios
Deixam conversas por acabar
E roupa por apanhar
Vêm com rodeios, vêm com rodeios
Toda a gente sabe que os homens são feios

 

Mas os maridos das outras não,
Porque os maridos das outras são
O arquétipo da perfeição
O pináculo da criação
Dóceis criaturas
De outra espécie qualquer
Que servem para fazer felizes
As amigas da mulher
Tudo o que os homens não
(Tudo o que os homens não)
Os maridos das outras são

 

Toda a gente sabe que os homens são lixo
Gostam de músicas que ninguém gosta
Nunca deixam a mesa posta
Abaixo de bicho, abaixo de bicho
Toda a gente sabe que os homens são lixo

 

Toda a gente sabe que os homens são animais
Que cheiram muito a vinho
E nunca sabem o caminho
Na na na na na, na na na na na
Toda a gente sabe que os homens são animais

 

Mas os maridos das outras não,
Porque os maridos das outras são
O arquétipo da perfeição
O pináculo da criação
Dóceis criaturas
De outra espécie qualquer

Que servem para fazer felizes
As amigas da mulher
Tudo o que os homens não
(Tudo o que os homens não)
Os maridos das outras são

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:39
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Março 23 2012

Fala-se, hoje-em-dia, muito na emigração dos jovens. Os PALOP, o Brasil e alguns países europeus, como Inglaterra, estão no topo das preferências.

Contudo, também não deixa de ser verdade que houve amiúde histórias de insucesso e casos de autêntica escravatura, pelo que é de bom-tom que se acautele e recolha o máximo de informação sobre a empresa e o país para onde se quer ir trabalhar.

Aliás, falo do saber feito de experiência, uma vez que, nos finais da década de setenta do século passado, também eu demandei outras terras, não porque aqui não tivesse, neste rincão, trabalho, mas por querer dar o meu contributo, ainda que modesto, a um país com escassíssimos quadros técnicos.

Sem perceber como funciona burocraticamente o país, a economia, o mercado de trabalho e a concorrência, a legislação laboral, entre outros assuntos, é sempre maior a probabilidade de correr menos bem.

Nem todos os profissionais têm perfil para deixar o seu país e rumar a um destino desconhecido em demanda de trabalho. Por isso, os que aceitarem o desafio para ir além-fronteiras – estou a pensar nos mais jovens - devem possuir:

  • Maturidade profissional e emocional que lhes permita ter uma boa capacidade de adaptação ao novo país, ao novo mercado de trabalho e trabalhar com pessoas com mentalidades diferentes;
  • Resistência ao stresse de modo a que possam enfrentar um ambiente social, cultural e laboral distinto do nosso;
  • Sabedoria para lidar com as contrariedades, isto é, um forte pendor de resiliência;
  • Autonomia e serem detentores de uma forte capacidade de relacionamento.
publicado por Hernani de J. Pereira às 21:54
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Março 22 2012

É evidente que a greve geral, convocada unilateralmente pela CGTP – correia de transmissão do PCP –, foi um autêntico flop. Por muito que os transportes tenham feito greve – de longe muito inferior ao esperado –, a qual, principalmente, nos grandes centros urbanos é motivo mais que suficiente para aumentar aqueles que, por muito que queiram, não conseguem cumprir a sua jornada de trabalho, fazendo subir, desta forma, exponencialmente, a adesão (virtual) à greve, manda a verdade dizer que são os próprios dirigentes daquela central sindical a moderar o seu discurso triunfalista.

Como seria de esperar, argumentam com tudo o que lhes vem à cabeça para justificar o fracasso da iniciativa. Todavia, uma coisa é certa, as pessoas não acreditam neste sindicalismo seguidista, nestes profissionais aparelhistas, que há muito não sabem o que é e onde se situa o seu posto de trabalho, e muito menos estão para fazer das ruas o contrapoder àqueles que legitimamente o ganharam nas urnas.

No entanto, não seria honesto se dissesse que não existem razões, mais que evidentes, para protestar. O facto da despesa, nos primeiro trimestre deste ano, apesar do substancial corte na massa salarial dos funcionários públicos, ter aumentado – todos gostariamos de saber em quê e, sobretudo, porquê – deixa-nos um amargo de boca indisfarçável.

Mais uma vez, se começa a insistir, de uma forma bastante veemente, que afinal este é mais um governo igual aos anteriores. O PSD, de modo algum, se pode deixar aprisionar pelos interesses do costume, pelo discurso de que não podemos fazer mais e melhor, pela oratória de nós ou o caos e, sobretudo, pela prática de empobrecer os mais pobres e, essencialmente, fazer com que se anule a classe média, a qual, como é do conhecimento dos livros, é o esteio e a segurança de qualquer nação.

publicado por Hernani de J. Pereira às 23:40
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Março 20 2012

Existe um novo conceito no mundo laboral. Trata-se da criação de equipas inovadoras, criativas, arrojadas e cerebralmente sexy. No fundo, são pessoas que tenham ideias que façam “babar”, que aumentem a adrenalina, que causem tumultos hormonais e, acima de tudo, façam mexer o mercado. Mas há quem vá mais além e com as suas ideias tente proporcionar algumas noites mal dormidas.

Os métodos, como é óbvio, não são, de modo algum, os tradicionais. São um misto de provocação, um apelo a todos os sentidos e não existem maus talentos.

Descontando alguns exageros, é verdade que a nossa política não precisa destes génios, uma vez que inquietações já nos dão e com imensa fartura. Fica, porém, a questão sexy.

Salvo raríssimas excepções, os nossos políticos, ou melhor os políticos no feminino, andam, neste âmbito, pelas ruas da amargura. Bem sabemos que são poucas, o que é de lamentar. Mas, ao menos estas que fossem, perdoem-me a expressão, escolhidas a dedo, ou dito de outro modo, seleccionadas pela foto, de preferência de corpo inteiro.

Na maior parte das vezes, a estrutura em causa é visualmente desestimulante e com espaços exteriores pouco agradáveis. Depois o cuidado com a estética revela um ambiente de contracção – será fruto da época? -, criando efeitos de ilusão óptica algo nefastos.

Depois, há ainda a acrescentar a escolha dos materiais de revestimento, os quais podendo assegurar um bom conforto térmico, não o nego, dá um ar pesado e taciturno.

Imagine, caro leitor, uma ministra ou uma secretária de estado a informar-nos de novas medidas de austeridade – cortes nos salários e nos subsídios, aumentos de impostos, etc. – mas com ar, que é como quem diz, com cara e corpo de Diana Chaves, Daniela Ruah, isto para não falar de Angelina Jolie, Katy Perry, Brooklyn Decker, Zoe Saldana, Megan Fox, Elizabetta Cannalis, Kim Kardashian, entre tantas outras?

Como é evidente a adesão a tais medidas seria, sem dúvida alguma, senão total, pelo menos muito maior. Isto no que respeita a uma parte da população. A outra que reivindique.

Agora sim não dá. A vida é cada vez mais difícil e ainda por cima anunciada pelo Victor Gaspar, o qual se lhe tirássemos as olheiras, parecia um ser angelical, o mesmo que naquela sua voz monocórdica, de quem parece estar constantemente a orar e que, por isso mesmo, não pode incomodar os irmãos que se encontram no mesmo templo, nos vai dizendo que o meio pão que diariamente comemos ainda é demais, não se aguenta.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:53

Março 19 2012

Este texto bem podia intitular-se “Quanto vale contar uma história?”. Contar uma história é contá-la de forma estratégica, permitindo transmitir valores, conhecimentos e construir imagens e reputações. O modelo deve ser sobretudo aplicado para trabalhar a identidade individual, única, do indivíduo ou da situação.

É sabido que se transmitirmos algo em forma de estatística, ou com auxílio de powerpoints, ou ainda recorrendo a outros documentos digitais, apenas conseguimos reter, numa primeira análise, 10% da informação, para mais tarde acabarmos por tudo esquecer. Todavia, no caso de uma boa história – está implícito o ser bem contada -, por norma o ouvinte absorve 90% do que é dito e com a maior das facilidades a reproduz junto de outros.

Hoje, neste dia especial, também eu pretendo contar uma boa história. Não sei se terei arte e engenho para tal. Os sentimentos, esses, eu sei, estão marcados indelevelmente dentro de mim. Transmiti-los, porém, é outra coisa.

A tua história, ou melhor, a nossa história, serviu, essencialmente, para criar referenciais de trabalho, de honestidade, de integridade e de amor à família, os quais, em quaisquer contextos, particularmente nos dinâmicos e/ou turbulentos, em que a incerteza e a ambiguidade alastram, são baluartes inquebrantáveis.

Dizias-me nas tuas palavras, por vezes, rudes, é certo, mas sinceras, que eu tinha de construir um sentido para o alinhamento da minha vida. Que era necessário criar uma linguagem comum, de modo a que o final da história, ocorra ela quando e onde ocorrer, esteja, o máximo possível, prenhe de significado positivo.

Recordo-me daquela vez em que, ainda rapazola, te zangaste – e com toda a razão – comigo. A questão tinha a ver com o modo de aumentar o parco pecúlio que uma família numerosa dispunha. Respondeste-me, num tom de voz bem alto que ainda ecoa, passados que são tantos anos, nos meus ouvidos:

- Posso trabalhar de sol a sol, comendo apenas uma côdea e bebendo água da fonte, mas quando me deitar quero reclinar a cabeça no travesseiro e dizer, conscientemente, meu Deus, trabalhei muito e pouco ou nada ganhei, mas vivi honestamente este dia.

De uma coisa podes ter a certeza. Tal máxima ainda presentemente me guia.

Interrogo-me quotidianamente se te soube compreender. A resposta, marejada de lágrimas, é que nem sempre. Por isso, sei que entendes bem como anseio pela compreensão coerente e que diariamente a procuro. Se a encontro? Setenta vezes sete bato com a mão no peito e exclamo:

- Culpa minha, máxima culpa!

Partiste num domingo. Os teus cabelos brancos, sempre bem penteados e a tua cara bem barbeada – apesar da idade, sempre tiveste vaidade em ti e nos teus – são a recordação de um ser bom. Um grande Homem. Mais adjectivos? Para quê? Poderia dizer muito mais, mas tudo o que mais acrescentasse seria redundante.

Perdoa-me e obrigado por tudo. Por muitos anos que viva, jamais te chegarei a agradecer o muito que, por mim, fizeste.

Sim, eu sei que, afinal, não consegui contar a minha história e muito menos a tua. Insuficiência minha, é verdade, mas, mais uma vez, conto com a tua compreensão.

Até sempre.

publicado por Hernani de J. Pereira às 15:18
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Março 18 2012

 

Tal como o rio segue o seu curso, cada um de nós deve seguir o seu, sem ofender quem que seja. Isto independentemente de cada um saber que não nos ofende quem quer, mas sim quem pode.

publicado por Hernani de J. Pereira às 18:40
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Março 16 2012

Em época de grave crise económica, onde o salário diminui de uma forma assustadora, o que pode motivar realmente os trabalhadores? Sem sombra para dúvidas é um das tais perguntas cuja resposta vale um milhão.

Ora, para além de participar em projectos nos mais variados sectores, o que enriquece o curriculum, a oportunidade de aceder a outras experiências, a política de (verdadeira) formação contínua, o bom ambiente de trabalho, o equilíbrio entre a vida pessoal e laboral, entre outros factores, existe algo que não custa dinheiro, mas é deveras importante, e, por mim, nestas páginas, já aflorado.

Trata-se da burocracia, tanto aquela que é exigida pelo ME, como pelas próprias escolas, estas, imensas vezes, exercendo um papel controlador e asfixiante bem maior que a tutela, numa óptica de mais papista que o Papa.

Por exemplo, já não é tempo de acabar com os planos de recuperação, acompanhamento e desenvolvimento? Mas, por muito que queiram tapar o sol com a peneira, alguém ainda pensa que o professor muda o modo como dá as suas aulas e alterará as estratégias, até aí seguidas, só porque se preencheu um fastidioso documento de quatro páginas onde se estabelecem regras para tudo e para nada? E isto é igualmente válido para o encarregado de educação (EE), e para o discente

E as reuniões intercalares, bem como a documentação que, entretanto, é exigida, como seja a respectiva avaliação, hoje em dia, composta por dois documentos? Substancialmente muda algo? É evidente que a resposta é não. Se os testes são obrigatoriamente assinados pelo EE, este não tem, por isso, acesso ao andamento do percurso escolar do seu educando? E aqueles que, infelizmente, não acompanham a evolução/regressão dos conhecimentos dos seus filhos, com toda a certeza, que também se estão marimbando – perdoem-me a expressão menos prosaica – para a existência ou não das aludidas reuniões, bem como os mil e um papéis que aí são sistematicamente produzidos.

Já agora, as actas. É ou não verdade que repetem, até à exaustão, o que é tratado em documentos que lhes são anexos? E a que propósito é que têm de ser feitas de acordo com um formato único? O centralismo está na massa do sangue dos nossos dirigentes e hão-de passar muitos anos até que nova geração dê lugar a outros modos de proceder. Uma acta de um departamento, de um conselho de turma ou de qualquer outra estrutura que ultrapasse duas páginas dactilografadas é um exagero. Bem, uma coisa melhorou: estes documentos deixaram de ser vistoriados por quem, pelo menos por palavras, se encontrava sempre ao lado dos docentes, mas que, na prática, se comportava pior que os inquisidores de outrora.

Muitos outros casos poderiam e deveriam aqui ser apontados. Todavia, a lista tornar-se-ia demasiado maçadora. Não é, de modo algum, essa a intenção.

Fica um desafio: atrevam-se - quem de direito – a mexer neste campo e vão ver como a colaboração de muita boa gente muda.

publicado por Hernani de J. Pereira às 14:09

Análise do quotidiano com a máxima verticalidade e independência possível.
hernani.pereira@sapo.pt
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